quarta-feira, 31 de julho de 2013

A vergonha continua...

                    
Os salários em atraso são um problema crónico do futebol português. A novidade é que a crise impediu que continuassem a esconder as dívidas debaixo do tapete. O que se passa em alguns clubes, como a U. Leiria, deixa a nu como a qualidade dos dirigentes portugueses continua a anos-luz da capacidade dos nossos futebolistas e treinadores.
Andou desaparecido durante meses ou só aparecia para dizer mal dos futebolistas. Agora, fala quase todos os dias, como se fosse a vítima. Ele é que não cumpriu o que assinou.
Os salários em atraso revelam má gestão, mas também têm a origem em especificidades do futebol português - três clubes concentram (70%) das receitas.
Os maiores clubes, vivem acima das suas possibilidades, só se preocupam em maximizar as suas receitas. A escassez de crédito bancario e os dificuldades dos médios e pequenos. Se nada mudar, um dia destes o futebol português será mais conhecido por estas e outras vergonhas do que pelos méritos das suas equipas, treinadores e jogadores. Era bom que ajudassem a acabar com esta vergonha.

terça-feira, 30 de julho de 2013

O geómetra perfeito da geração de ouro

               http://malibucola.ricjo.org/wp-content/uploads/2011/02/Paulo-Sousa.bmp
Revelava a convicção profunda e inabalável de que o futebol é um desporto coletivo, no qual cada um desempenha função específica em prol de um bem comum. A dele era dar sentido ao talento individual disperso, dissolvê-lo numa identidade única e multiplicar a produção da equipa, de forma a que o resultado final fosse superior à soma das partes. Paulo Sousa, que nunca foi o soldado mais brilhante dos exército que representou, viveu uma carreira a traçar coordenadas, definir estilos e a escolher ritmos; a ser a autoridade gestora de emoções e o administrador cuja voz e comportamento de líder o conduziam à governação implacável do jogo.
Uma das suas artes mais eloquentes foi a de adaptar ao futebol o que ele tem de caça e xadrez. Nunca foi o génio do truque instantâneo e dele não se poderá dizer que nasceu para jogar futebol. Teve por isso de ver, ler e ouvir os mestres; entregar-se ao estudo antecipado das contingências para não ser apanhado desprevenido; funcionar como arquiteto de todas as equipas que representou e, por fim, ser o geómetra perfeito da geração de ouro que trouxe a Portugal ao topo do Mundo. Foi um dos melhores médios do seu tempo.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

O fogo tremendo de um dragão de ouro

                         
                                                    FERNANDO GOMES
O golo dimensionou o império grandioso que começou a construir mal atingiu o palco principal e os holofotes o focaram para não mais o largarem. Não era para menos, porque em causa estava um dos maiores fenómenos do futebol português, concebido e desenvolvido na diversidade de características, desaguando todas na excelência do último toque, passavam por instinto e raciocínio; músculo e cérebro; imaginação e inteligência.
Fernando Gomes soube interpretar a função que desempenhou em campo mas também o papel que lhe cabia no momento de dar ao futebol português uma nova potência hegemónica. Foi um goleador com números ao nível dos melhores de sempre e um jogador de qualidade técnica, orgulho, sentido de representação e espírito de liderança o tornaram símbolo maior do Futebol Clube do Porto.
Gomes tinha todas as qualidades dos pontas-de-lança de verdade e por isso acedeu à história como parceiro dos melhores de todos os tempos. A sua dimensão, ultrapassou a condição de mero marcador de golos, porque adquiriu simbolismo inquestionável na história de um clube em que é das figuras mais emblemáticas. O seu fogo tremendo correspondeu à imagem eterna de um dragão de ouro. 

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Homem de golo que incendiava jogos

                         https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzuYmfdr1QyZfqBXtD1hWBHu8SZYwidE9rURgRKA1kAr4yOQ0N7odLfZvvZeLGEEm-345VXUdThz2YVKvvlGNeumyH2v9MuDUKxs00heGjJF130bwpmuykltPIDRNpvG1pNXSIS7LY_nbu/s400/mrio_jorge_85-86_03_20110529_1471843525.jpg
                                                         SOUSA
O futebol nunca foi capaz de mudar o homem por detrás daquele jogador requintado, que tratava a bola por tu e fazia do jogo uma forma de expressão técnica sublime e sentido estratégico perfeito. Era um líder silencioso, metido consigo próprio, que não exteriorizava emoções geradas a partir de um futebol superior na conceção tática, na inteligência de cada decisão, na qualidade individual e no espírito coletivo em que alicerçava a precisão do passe, o critério da circulação e o perigo na aproximação à baliza. Sendo um médio da cabeça aos pés, que assumia todas as responsabilidades no centro do terreno, era íntimo do golo, pelo modo como procurava companheiros em melhor posição para o remate fatal mas acima de tudo pelo tiro poderoso de média e longa distância, com a bola parada ou corrida.
Sousa foi um jogador fascinante, parecendo feito de golo, incendiava jogos com argumentos de artista. Por temperamento frio e triste, parecia não tirar partido das emoções que provocava nos adversários e nas plateias. Mesmo sem andar nas bocas do Mundo, tornou-se referência de uma fase importante do futebol nacional.
Nunca digeriu bem a desfeita, com motivação e frescura física.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Goleador magistral de espírito altruísta

                       
                                                JORDÃO
Jordão tinha o instinto altruísta dos que jogam como os deuses e o perfil do goleador magistral de toda a frente de ataque. Era um futebolista de movimentos amplos, com técnica sublime, articulação perfeita e perigoso em qualquer zona de meio campo para a frente; na grande área era felinoexplosivo, elegante e ágil quando lhe cheirava a golo.
Mas nenhum o igualou na conjugação de todos esses requisitos de avançado universal. Nesse capítulo, foi o mais extraordinário jogador da sua geração e um dos melhores do futebol em Portugal.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Uma joia preciosa do futebol mundial

                         
                                             ANTÓNIO SIMÕES
Tinha o número 11 nas costas, colocava-se na esquerda do ataque mas era um canhoto que utilizava o pé direito para alimentar o futebol assombroso, de intimidade profunda com a bola, feito de instinto, visão e técnica refinada.
António Simões foi extremo genial que percorreu década e meia iluminado por uma luz divina que o tornou não só um dos melhores jogadores de sempre em Portugal, mas uma joia preciosa do futebol mundial. Fenómeno absoluto e indiscutível, o talento revelado ao serviço do Benfica e Seleção concedeu-lhe acesso direto à eternidade.
Para medir todo o seu esplendor e fazer-lhe toda a justiça não é possível olhar para ele como simples mago do drible em velocidade e em espaços reduzidos; teremos de considerar a excelência do passe; o poder de síntese; a versatilidade para resolver em qualquer zona do ataque; o perigo crescente à medida que se aproximava da grande área.
E não é tudo, porque a arte principal de Simões, feitas todas as contas, foi a capacidade para ser cúmplice perfeito do rei Eusébio, com quem jogava de olhos fechados.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Império leonino feito de emoções

                        
Nele havia ansiedade de participação na obra e de ser útil em todos os passos do jogo. Era um grito de revolta que estabelecia vínculos emocionais ao emblema, respeitava os alicerces da história e propunha-se estabelecer pontes para o futuro. A primeira imagem era a de um aventureiro solitário em luta desigual com o Mundo, embora revelasse peso esmagador na exército de que fazia parte, com e sem a bola, atrás ou à frente, à direita ou à esquerda. As aparências enobreciam-no como um guerreiro mas diminuíam-no como futebolista - era então que parava um pouco, respirava fundo e começava a tirar coelhos da cartola. Afinal tinha técnica, velocidade, visão e inteligência que o tornavam uma ameaça indiscutível; revelava versatilidade e sentido de orientação; assentava num vasto arsenal de fintas, tabelas e passes de rotura; sendo jogador de todo o espaço de ataque, conseguia concentrar-se na geografia do golo, onde revelava intuição, tiro e jogo de cabeça.
Foi um símbolo que colocou o clube acima dele próprio, um soldado que deixava a pele e alma em campo se fosse preciso. Tendo construído uma carreira bem sucedida, com base em argumentos futebolísticos notáveis, entrou no coração do povo como bandeira de um sentimento coletivo e de uma certa forma de estar e entender o futebol.

sábado, 20 de julho de 2013

Insaciável cameleão de títulos nacionais

            
Eurico tinha fibra e pose de campeão, muitos confundiram com a arrogância de estimular a imagem distante de ser superior.
Era defesa e por isso não possuía argumentos de magia instantânea para esbater essa primeira impressão desagradável - há sempre mais condescendência com os grandes artistas. De qualquer modo, ninguém podia negar que era excecionalmente bom naquilo que fazia: um central exímio na marcação, de físico imponente e inteligente no modo como adivinhava tudo o que se passava à volta; rápido sobre a bola, contundente na chegada aos adversários, fortíssimo no jogo aéreo e hábil na utilização do corpo para o desarme.
Numa carreira feita de duros combates, ao longo da qual pôs à prova a coragem de decisões difíceis, teve o mérito de acrescentar voz e liderança ao seu jogo.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Os quadros geniais de um leão voador

                          
                                                          VÍTOR DAMAS
Lançou a carreira entre um sonho e uma vocação indiscutível. Homem de extremos, preferiu sempre a transgressão à indiferença, o brilho intenso ao mero cumprimento do dever; só assim conseguiu alimentar o mito de jogador eterno que inspirou toda uma geração e deu um império ainda mais vasto de sócios e simpatizantes. Na baliza, Vítor Damas fazia de conta que estava em sua própria casa, aceitando corresponder à expectativa da plateia com um poder de teatralização só ao alcance dos grandes atores. E de nada servia pensar, num lugar de tanta responsabilidade, antes do mais era preciso ser eficaz, porque a tudo ele respondia com nota artística máxima na qualidade de leão voador e quase infalível. Levou até ao fim a preferência pelo seu lado mais irreverente, mas a idade apaziguou-lhe os impulsos. O tampo consolidou a noção de que era preciso agregar elementos de sobriedade ao seu lado mais espontâneo, genuíno e instintivo.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

O grande maestro dos cinco violinos

                                 
                                                             TRAVAÇOS
Foi o ídolo de uma geração e transformou o caminho para a eternidade num passeio de amigos efetuado com sorriso feliz nos lábios. Fez-se à estrada inspirado pelo clube que sempre amou, conduzido pelo sublime talento guardado no célebro prodigioso, de batuta na mão e bola colada aos pés. Travaços foi o primeiro número 10, do futebol português; o grande maestro dos cinco violinos e o denominador comum das mais extraordinária orquestra e das mais sublimes de sempre. Por intuição, deu nome próprio a uma enciclopédia de gestão futebolística, assente em inteligência, ritmo, geometria, visão e técnica deslumbrante, qualidades que, justas no mesmo jogador, constituíam novidade absoluta.
Travaços era um líder silencioso que utilizava a qualquer dos pés para alimentar a distribuição criteriosa e um administrador de jogo tão convicente que punha as equipas a jogar à sua vontade e imagem. Não esteve só adaptado às exigências da sua época - andou sempre avançado no tempo. Até ao fim da carreira foi um jogador moderno, se tivesse nascido mais tarde, em época distintas, teria sido um fenómeno entre os magriços de 1966 ou um dos expoentes máximos de geração de ouro.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Menino de ouro levado pela tragédia

                  
                                                          PEPE                               
Chegou sem avisar e partiu com a aura de eternidade dos génios que marcam a vida das sociedades em que vivem. Pepe lutava pela sobrevivência com a diferença de ser iluminado pela arte de jogar futebol. Quando entrava em campo, revelava os movimentos de bailarino genial, intenso e talentoso, assente na intuição que lhe permitia reinar com habilidade em territórios sem lei. Nele havia um toque divino inexplicável: era frenético na ação, imparável nos movimentos, perfeito a dominar a bola, a passá-la e a desmarcar-se; sendo franzino, era intenso e rematava bem; driblava, resistia aos choques, ganhava sucessivos lances de cabeça e era um temível goleador. Pepe foi um menino de ouro levado prematuramente pela tragédia. Envolta em mistério nunca decifrado, gerou a lenda mais enigmática do futebol português.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Dois países num só

             
Enquanto as empresas privadas continuam a fechar, lançando para o desemprego milhares de portugueses, as empresas públicas falidas com as dívidas monstruosas aumentaram (4,8%) os seus quadros de pessoal, quiçá muitos lugares de topo com altas remunerações. Apesar da urgente necessidade em mudar o Estado, suas empresas, autarquias e empresas de satélites, tudo continua quase imune à exigência. Para quando medidas concretas de reestruturação do Estado, empresas públicas e autarquias? Para quando a responsabilização de quem não é competente nem sério? Parece haver dois países, um do mundo privado em que se exige mais trabalho, mais horários, mais exportações, mais flexibilidade no despedimento, e o lado do público quase tudo continua a ser permitido.
Nuno Costa, Lamego 

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Inflação da austeridade

                 
A inflação é um imposto escondido que agrava o custo de vida das famílias. A subida dos preços tirou 37 euros do poder de compra em cada mil rendimento. Num contexto de congelamento e da quebra de salários, a tensão inflacionista e leração do empobrecimento dos portugueses.
Parte significativa desta inflação deve-se à famigerada austeridade. O aumento de impostos e de preços e serviços administrativos, como os transportes e electricidade, são os grandes contribuintes para a perda de poder de compra. E a onda de inflacionistas não é maior, porque muitos negócios, da restauração e cafés aos retalhistas, esmagam os preços para sobreviver.
Nuno Costa, Lamego

domingo, 14 de julho de 2013

Há gato nos bancos

                
Há bancos a vender obrigações perpétuas a clientes.
É uma prática bizarra que nem sequer deveria ser permitida. Normalmente, quando maior é o potencial de retorno, maior é o risco. Mas neste país de baixa cultura financeira há clientes que compram esses produtos estruturados pensado que subscrevem coisas parecidas com depósitos. Em muitos casos os bancos chegam a vender gato por lebre.
Nuno Costa, Lamego

sexta-feira, 12 de julho de 2013

O primeiro génio do jogo em Portugal

                    
                                              ARTUR DE SOUSA, PINGA
Foi um predestinado, um artista que punha a equipa a jogar ao ritmo do seu futebol maravilhoso e um marcador ao nível dos melhores avançados do seu tempo.
Não estabelecia fronteira entre o que pensava e o que executava, porque tinha a arte de transformar os dois passos num só, como só conseguem os talentos mais sublimes.
Era uma espécie com argumentos, dele fariam um dos mais desejados jogadores do Mundo e um malabarista em forma de quadros solitários. Foi, por tudo isso, ídolo absoluto de uma geração, de uma cidade, de um clube e, mais relevante, de um país.
Esquerdino com o toque dos deuses, alimentava-se de drible, visão, passe, remate e golo. Artur de Sousa, Pinga para a eternidade, foi o primeiro génio do futebol em Portugal, analisado pela riqueza de soluções individuais. Um jogador, também por amor a bola, foi acumulando lesões que lhe retiraram as qualidades de avançado, a principal das quais a agilidade. Recuou no terreno e depurou a mestria do passe, até se consolidar como um dos maiores símbolos dos dragões.
A confusão foi de tal ordem que o dirigente teve de voltar atrás nas intenções. Era o adeus à bola do maior herói portista de sempre.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

A tunda semanal

             
O desemprego instala-se e expande-se, reduz-se o consumo, reduz-se a receita pública, agrava-se o défice. Seguem-se mais cortes na despesa, novo ciclo de desinvestimento, mais desemprego, nova redução do consumo interno, aumento da carga fiscal com a receita decrescente.
Isto não é um cenário, é a crónica da decadência.
O capital permanece intocável, alimentado quando se esvai, mesmo com a culpa do Governo.
A economia perdeu-se na natureza, sem combate.
O trabalho afadiga-se a mastigar com voracidade os restos da direitos laborais, como uma praga de gafanhotos devora a seara.
Está a caminho de um desastre, sem que nada queira fazer. Até lá, vende anéis e dedos, em descontrolada vertigem ideológica.
Nuno Costa, Lamego

quarta-feira, 10 de julho de 2013

O que vale a pena

                      
Há muito que sabia que o jardinismo nos poderia afundar a todos. Os alertas foram muitos mas todos os governos os ignoraram. É patético discutir agora os cenários de senção. Não há coimas para tamanha irresponsabilidade, a menos que fossem de muitos milhões directamente extraídos do património pessoal. O que interessa discutir é porque não saímos do insuportável poço da morte é uma economia que não cresce e depende do Estado para tudo. Isso sim é o problema de sempre e de longo prazo. O resto é dar amendoim ao monstro.
Nuno Costa, Lamego

terça-feira, 9 de julho de 2013

Diáspora

              
Os seus hábitos, os carros vistosos, as casas de novo ganham vida de gente que aqui vem passar as suas férias. O que é um lemitivo para as angústias dos por cá têm permanecido.
A adesão de Portugal ao euro veio alterar as coisas: com os apoios da União Europeia ao nosso crescimento e a eliminação das vantagens cambiais, o peso das remessas dos emigrantes portugueses diminuiu, sem perder alguma influência.
Influência que os novos tempos poderão ver a crescer e reforça o nosso respeito e admiração pelos inúmeros casos de sucesso a emigração portuguesa oferece.
Nuno Costa, Lamego

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Os subsídios

                 
Continua o psicodrama dos subsídios de férias e de Natal. O Governo tirou os subsídios aos portugueses e agora vai demorar a devolve-los. Mas a verdade é que nenhum Governo democrático gosta de fazer o que tem de o fazer. Nenhum Governo democrático gosta de governar em austeridade.
Até podemos admitir que esta política gosta cortes à bruta e impostos por todo o lado não é grande coisa. Mas também teremos de admitir que não existem outras soluções muitos diferentes. Poderiam talvez ser mais inteligentes. Mas seriam igualmente impopulares. É por isto que o Governo está ansioso pelo dia em que possa regressar aos subsídios. Aconselha-se a calma aos críticos: a luta do Governo é a vossa luta. Só não satisfará se não puder.
Nuno Costa, Lamego

sábado, 6 de julho de 2013

O papel da mãe

                 
O papel de mãe em Portugal nunca foi tão difícil, porque a situação da família todos os dias se agrava, divórcios a dispararem, filhos afastados brutalmente do seio familiar e as consequências a provocarem casos muito graves de suportar.
O desemprego também é uma causa atual e bem presente que afeta o desempenho de uma mãe, e sem trabalho é muito complicado dar a volta a um problema real que provoca muitas dores de cabeça a todas as mães nesse situação.
Os filhos formados, tantos sacrifícios e uma mãe ainda tem que assistir a uma separação causada por um Governo que aconselha a emigração, porque não há trabalho em lado nenhum e todas estas verdadeiras realidades são vividas por mães-coragem que não baixam os braços ao desafio da vida, e lutam pelo amor dos filhos e pela união da sua família.
Nuno Costa, Lamego

sexta-feira, 5 de julho de 2013

O método Titanic

                  
O Governo português está a usar o método Titanic com o povo português. Aos pobres diz que é preciso fazer sacrifícios, retirando direitos laborais, baixando salários, acesso à saúde, transportes mais caros, para terem mais tarde uma vida melhor, como disseram aos passageiros da 2.º e 3.º classe que estava tudo bem enquanto iam fechando os acessos à parte superior do navio, para que os da 1.ª classe se salvassem. Em Portugal, os ricos cada vez têm mais à custa do sacrifícios dos pobres.
Por aqui se constata que o Governo está a usar a crise para beneficiar o patronato. Aliás, bastava que alguns administradores de empresas reduzissem o seu salário de milhões para libertar essa verba para criar emprego.
Nuno Costa, Lamego

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Mestre da estratégia com olhos nos pés

                   
                                          JOSÉ MARIA PEDROTO
Deu os primeiros passos como apaixonado pela arte do engano e profundo conhecedor da geografia do golo. Começou por estimular argumentos individuais vastos e diversificados, inspirado pelo talento do seu grande ídolo da adolescência, o inesquecível e genial Artur de Sousa. José Maria Pedroto foi mestre antes mesmo de sentar-se no banco, porque já dentro das quatro linhas era o denominador comum das orquestras. Um portento de conceção que conjugava reflexão, visão global da jogo, instinto e talento, prova de que aperfeiçoou armas coletivas mais ou menos escondidas nos primeiros passos da carreira. Esse poder de observação extraordinário e o tremendo fascínio por estudo e liderança, que estariam na base da sua formação como um dos melhores treinadores portugueses de sempre, fizeram-no reciclar a maneira de jogar e adaptar o conceito de felicidade às preciosidades conceptuais de uma inteligência criativa muito acima da média.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Ética procura-se

               
Começam a surgir vozes que exigem mais do que a mera responsabilidade política para aqueles, com a sua conduta, contribuíram para o descalabro das contas públicas. Outros recusam ir além do limiar da responsabilidade política.
Pode exigir, a par da responsabilidade política, a responsabilidade civil e criminal daqueles, no exercício de funções políticas, desbarataram o dinheiro de todos os contribuintes.
Pedir sacrifícios inusitados aos cidadãos e não lhes explicar exactamente como é que chegámos até aqui, é caminhar, pura e simplesmente, para o abismo. E a crise não é da Justiça é do regime democrático.
Nuno Costa, Lamego

terça-feira, 2 de julho de 2013

O Governo maligno

                   
Os portugueses vivem aterrorizados. O medo é tanto e se não morrerem da doença que os ataca morrem da cura, pela aplicação das medidas tomadas e aplicadas nas suas costas e no traseiro pelo Governo. Os portugueses são vítimas, em maior número, de tumores malignos no cólon, reto e ânus. Se assim é, não faz bem nenhum aplicar ao povo as receitas austeras e assustadoras que o levam à pobreza geral impostas por este Governo entalado. Para curar e salvar com seriedade os portugueses era dar-lhes trabalho remunerado decentemente.
Nuno Costa, Lamego

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Titanic

               
Se a receita da austeridade estivesse a funcionar em pleno, ninguém saltaria do barco.
Não vale a pena olhar para a economia ou para o desemprego. O próprio FMI não se cansa de lançar avisos sonoros de que o icebergue está à vista. E até Passos Coelho persiste em soltar, aqui e ali, o suspiro melancólico de que Portugal pode não chegar a porto seguro em 2013.
Perante este percurso, não admira que o PS, que embarcou na mesma viagem, comece agora a olhar para o bote salva-vidas com outro apetite. E com a UGT logo atrás, na fila do salve-se quem poder. Para a esquerda é respeitável. O dilema começa a ser pesado: para quê ficar a bordo quando o rombo é grande e o naufrágio é uma possibilidade?
O Presidente da República que não se iluda: ainda não vamos a meio da viagem do naufrágio consenso nacional já está a meter água por todos os lados.
Nuno Costa, Lamego