"No dia 6 de Março de 1921, na sede da Associação dos Empregados de Escritório, em Lisboa, nasce o Partido Comunista Português, cujas bases orgânicas já vinham sendo elaboradas desde Janeiro.
Era tempo de greve crise económica, resultante do pós-guerra (1914-1918) e o movimento operário estava em luta.
O PCP tem uma marca de classe, produto da classe operária e soube manter essa ligação ao longo dos anos.
Só o PCP não desistiu e foi capaz de se organizar na clandestinidade.
À boca do 25 de Abril, o partido tinha uma organização muito superior à dos movimentos da esquerda radical e foi admirável a capacidade que teve, no movimento sindical.
Cunhal, foi o maior dos seus secretários gerais e mostra a vitalidade e resistência do PCP.
O seu início foi a seguir à queda do bloco de Leste. Ao longo da sua história houve dissidências e rupturas mas que não provocaram uma cisão.
No contexto das democracias europeias, o PCP ocupa lugar de originalidade.O PCP é neste momento a única barreira à escalada da Direita. A organização interna, a manutenção do centralismo democrático acabou por ser vital para as tais resistências.
A organização faz parte do tal segredo que mantém o partido forte.
Soube adaptar a doutrina à realidade do país e tornou o partido, ainda hoje, mais conhecedor e mais ligado a essa realidade.
Com o centralismo democrático, que é a expressão prática da ideologia, conseguiu manter o lastro, criando um músculo muito forte, fortalecido com condicionamento do debate interno, sem democracia interna.
O fechamento ideológico do partido foi potenciado pelas condições do país.
Até porque o movimento sindical, que se tornou o cimento do partido, é inacessível à esquerda radical."
Nuno Costa, em 11 de Março de 2011
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