quinta-feira, 28 de março de 2013

Marcas eternas do grande senhor

               
                                                     ESPÍRITO SANTO
Quando chegou ao Benfica, trazia respostas para todas as dúvidas e soluções para todos os problemas. Veio sem alarido, quase em segredo, e entrou sem bater à porta: simplesmente começou a treinar-se, a jogar e a conquistar o coração daqueles que o viam em ação.
Espírito Santo era um jogador de elegância extrema, habilidoso, ágil e de velocidade estonteante; assente em dinâmica fabulosa, era inteligente nos movimentos e seguro nas decisões; e para que nada faltasse aos argumentos de grande avançado, o poder de salto era tão deslumbrante que chegava a parecer um pássaro a voar nas alturas. Homem delicado e atleta de correção absoluta, desenvolveu a imagem de grande senhor que deixou a marca eterna de ídolo do Benfica.
Mas para a Pérola Negra, nome pelo qual também era conhecido, essa aritmética é quase irrelevante: será sempre figura ímpar do futebol e do desporto português, com estatuto independente de jogo, golos ou títulos.
Ele manteve ligação ao desporto, sendo um razoável jogador de ténis até bastante tarde.

terça-feira, 26 de março de 2013

A justiça de casino

                 
Os tribunais portugueses estão transformados numas autênticas mesas de póquer onde só podem sentar os ricos, que têm dinheiro para apostar e ir ao jogo, e os pobres jogam de graça e quem joga de graça, pode cobrir todas as paradas.
Neste sentido, podemos dizer que existe, uma justiça para os ricos e uma justiça para os pobres. Só não existe mesmo é uma justiça para aqueles desgraçados, com os seus impostos, sustentam toda a máquina judicial e legislativa.
Com efeito, se uma pessoa da classe média quiser ir ao jogo com um pobre, sai de lá despenada. Para litigar com um pobre, saliente-se, uma pessoa da classe média tem de pagar tudo, direta e indiretamente: pagar os advogados, as taxas e as custas das duas partes e ainda paga os vencimentos dos juízes, dos procuradores e dos funcionários judiciais, o edifício do tribunal e o mobiliário. Além disso, o pobre, porque joga de graça, abre logo as hostilidades fixando o valor da ação numa brutalidade, o que obriga o desgraçado da classe média, que tem de pagar tudo, a ter de começar logo a contar os trocos.
Em boa verdade, para a justiça portuguesa, a classe média só serve mesmo para vítima. É roubada pelos ladrões, pelos deputados, pelos ministros e, se por acaso num acesso de loucura, se quiser recorrer aos tribunais na procura de justiça, ainda é roubada pelos tribunais.
Para a senhora ministra da Justiça, cujo o vencimento é pago pela classe média, o seu grande objetivo é a ressocialização do ladrão, em regra, assaltou uma pessoa da classe média. E com que dinheiro pensa a senhora ministra ressocializá-lo? Com o dinheiro da classe média. Mas a pessoa da classe média que foi assaltada pelo ladrão que vai ser ressocializado pela senhora ministra da Justiça não tem sequer o direito a reaver o que lhe roubaram. Não, a ressocialização do ladrão não passa por indemnizar a quem roubou. Quanto a esse aspeto, a opinião dos ladrões e dos políticos é coincidente: a classe média portuguesa só serve mesmo para ser roubada.
Que raio de país é este em que os que pagam a justiça são precisamente aqueles que não têm direito a ela!...
Nuno Costa, Lamego

segunda-feira, 25 de março de 2013

Os protetores

                  
Uma manobra clássica dos ciclos políticos é a incursão legislativa nos meandros do futebol profissional, confundido com desporto a canibalizar recursos e paixões dos portugueses pela coisa desportiva. Certamente pelas piores razões, nunca atinou com um rumo estável que permitisse o cescimento concertado da atividade, nem um paradigma de educação pelo desporto, ao contrário dos parceiros europeus.
Regimes fiscais e de segurança social de exceção, totonegócio, sociedades anónimas para disfarçar as falências, condicionamento dos arquétipos competitivos e dos estatuto dos atletas, por outro, praticamente todos os modelos foram alfo de investidas de políticos espertos, incluindo no domínio da segurança e da indústria do espetáculo.
Assustador é que, desta vez, surgem associados ao poder político os novos dirigentes do futebol, entusiasmados com a vontade de aumentar os campeonatos com mais emblemas falidos.
Nuno Costa, Lamego

sexta-feira, 22 de março de 2013

É preferível comer sopa do que sapos...

                   
Não andarei muito longe se pensar que neste nosso mundo está mesmo louco, com tantas horas de discussão à volta das leis do trabalho. Chegou-se à conclusão de que esta grave crise que Portugal enfrenta é da única responsabilidade dos trabalhadores, e então só tenta encontrar formas que castigam e penalizam: tiram-se dias de férias, trabalha-se de borla, despede-se mais facilmente. Mas os senhores gestores, banqueiros e outros, há que os proteger, pois deram o que tinham e o que não tinham em termos de sabedoria para o país sangrar. Sabem o que vos digo: é preferivel comer só sopa do que comer sapos...
Nuno Costa, Lamego

quinta-feira, 21 de março de 2013

Quantos políticos no desemprego?

                     
Quantos políticos estarão inscritos no desemprego? Haverá algum boy com o cartão partidário no desemprego? Há muito que lemos e ouvimos falar em desafios a todos os portugueses, criar emprego, riqueza nada se fez? Temos de acreditar em nós para pagarmos as dívidas de quem? Gostava de ver os nossos gestores em vez de serem nomeados pelo poder central serem eles a criar empresas e a pagar impostos. Precisamos de uma nova alma, de um novo coração, já que não podemos mudar de corpo. Não quero imigrar, não quero ter governantes trapalhões e fazerem asneiras, queria simplesmente trabalhar e ter governantes à minha altura.
Nuno Costa, Lamego

quarta-feira, 20 de março de 2013

Risco de haver uso indevido de apoios

                                  
Perante a uma estragnação da economia nacional, motivada pela crise mundial, os portugueses não encontram motivação para investir e arriscar no país. No entanto, o sector com tendência para crescer aproveitando a crise, alavancado por uma pobreza galopante e a destruição da classe média, é o da solidariedade social. As verbas, apoios, isenções e benefícios fiscais dados pelo Estado a estas instituições têm aberto espaço a quem sempre, atento às oportunidades, vê neste sector uma forma de negócio enfocando no lucro fácil e desleixando muitas vezes a não qualidade no apoio aos utentes. Receio que vá acontecer neste sector tão necessário em tempos de crise o mesmo de sempre: o uso indevido dos apoios em nome dos necessitados e dos excluídos.
Nuno Costa, Lamego

terça-feira, 19 de março de 2013

Um artista com pés de ouro

               
                                                JAIME GRAÇA
Foi um médio extraordinário, com a visão ampla e técnica superior, capaz de levar por diante quadros solitários deslumbrantes ou pôr a máquina a funcionar dando-lhe coerência coletiva. Era um chefe de orquestra discreto, por vezes triste, capaz de fazer explodir o jogo a favor das suas cores mas nem por isso se entusiasmava com o trabalho grandioso que efetuava. Jaime Graça iluminava a equipa, o espetáculo e o jogo, mas agia como se ficasse encadeado com o reflexo da luz que emitia, mas cometeu a proeza de ser referência para os próprios companheiros de equipa. O futebol nacional gerou uma estrela marcada pela contradição do seu brilhantismo, reconhecido unanimemente, não corresponder à sua imagem simples e de escassa intervenção pública. Ídolo eterno do Benfica, com qualidade ao nível das estrelas maiores do seu tempo, Jaime Graça tinha poder de síntese fabuloso e visão de jogo que poucos em Portugal conseguiram igualar.

segunda-feira, 18 de março de 2013

As macrocefalias deste país...

                 
Pondo de lado a secular macrocefalia, cito algumas das macrocefalias que deixaram este país na exaustão: BPN, BPP, off-shores, a não tributação das mais-valias bolsistas, o buraco financeiro da Madeira, os milhões em derrapagens, os milhões em estudo no TGVe no aeroporto, as fugas de milhões ao Fisco, gastos de milhões em campos de futebol sem serventia, os escândalos nas parcerias público-privadas, as faces ocultas, os submarinos, Portucale, Freeport, sobreiros, sucatas, fax de Macau, BCP, Furacão, etc. As imoralidades como: a taxação da banca em relação às pequenas e médias empresas, centenas de milhares de hectares de terras aráveis abandonadas e os donos a receberem chorudos subsídios para as não produzirem nem as deixarem produzir, o desmantelamento da indústria e das pescas, etc... Esta macrocefalia tem um nome - corrupção.
Uma macrocefalia que não pára de crescer como o beneplácito dos poderes democráticos que têm governado este país e o silêncio da maioria dos responsáveis da Igreja...
Quantas carências de bens essenciais não seriam satisfeitas com estes milhões?
Nuno Costa, Lamego

sexta-feira, 15 de março de 2013

Um terço dos mortos tinha álcool no sangue

                   
Quase metade das vítimas mortais (41,2%) dos acidentes de viação, encontravam-se sob o efeito do álcool e (31,1%) apresentavam níveis superiores a 0,5 - o limite permitido.
Um quinto dos autopsiados, exactamente (20,7%) estariam em estado de embriaguez avançado, o facto de excenderem 1,2 de concentração de álcool no sangue, o que é considerado crime. Apenas (58,8%) das vítimas não se encontravam sob o efeito desta substância. A mesma tabela lança outra conclusão curiosa: morrem os condutores: são quatro vezes mais do que os passageiros.
(42%) dos condutores portugueses submetidos a testes que registaram uma taxa de álcool acima dos 0,5.
Os acidentes de viação causaram 690 vítimas mortais.
Se conduzir não beba, previne os acidentes nas estradas.
Nuno Costa, Lamego

quinta-feira, 14 de março de 2013

Assim vai um grande país à beira-mar

                 
Servem-se de Portugal todos aqueles que dizem prestar um serviço social ou cívico ao país. As associações sociais e os bombeiros têm regalias como nunca se viu: ordenados chorudos, gasóleo e gasolina de borla, isenção de portagens. Os que servem Portugal são os mais lesados, começando pelo chefe de Estado, teve de abrir mão do seu ordenado para ficar com a sua reforma choruda, ainda diz que vai ficar com a reforma de miséria.
Outras duas pessoas que estão ao serviço do país é o autarca que foi nomeado para as Águas de Portugal, nomeadamente Manuel Frexes o presidente da Câmara Municipal do Fundão, que devia 7,5 milhões de euros a essa mesma empresa e passou de devedor a credor.
Assim vai um grande país à beira-mar.
Nuno Costa, Lamego

quarta-feira, 13 de março de 2013

Neste país

                  
Neste país, o Governo manda os portugueses emigrar. Em contrapartida, gosta que imigrem para cá pessoas endinheiradas. Neste país, somos obrigados a ir a inspeções periódicas com os carros, as estradas ninguém fiscaliza, são buracos, tampas de saneamento acima e abaixo. Neste país, quem é remediado tudo paga, quem é patrão passeia-se de carros de topo de gama, tem moradias sem recurso a empréstimo bancário e os filhos frequentam as escolas gratuitamente, não pagam almoços, livros visitas de estudo. Neste país, quem tem uma casa paga do IMI mais do que alguns pagam renda, apesar de pagar água, saneamento, resíduos sólidos. Neste país, os governantes querem aplicar reduções nas indemnizações por despedimento, aumento do tempo de trabalho gratuito, redução de dias de férias, como se a culpa da crise fosse culpa dos trabalhadores e estas fossem as roluções para a crise. Neste país, temos um ministro que vem anunciar com grande alarido 7 euros de aumento para reformados com pensões miseráveis...
Nuno Costa, Lamego

terça-feira, 12 de março de 2013

Gasóleo nunca esteve tão caro

                                    
A gasolina ultrapassou 1,60 euros e agora foi a vez do gasóleo atingir o valor mais alto de sempre, a cotação do petróleo chegou aos 150 dólares.
O gasóleo aproximou-se dos 1,50 euros, chegando aos 1,495 euros na Galp, aos 1499 euros na BP e aos 1,497 euros na Cepsa. Apenas a Repsol ainda não ajustou os preços, tudo indica que deverá rever em alta os preços.
A nova tabela da Contribuição de Serviço Rodoviária que passou de 6,4 para 6,547 cêntimos por litro na gasolina e de 8,6 para 8,798 cêntimos por litro no gasóleo. A isto acrescenta-se o aumento do IVA para (23%) e o fim da isenção ao biodiesel.
As perspectivas não são, animadoras. O crude devia ficar nos 100 dólares, um valor inferior aos 111 dólares.
Nuno Costa, Lamego

segunda-feira, 11 de março de 2013

Um fenómeno de toque oriental

                          
                                                 AUGUSTO ROCHA
Nasceu à medida de um clube, da sua essência nobre e, não menos importante, da sua história.
Sem outras pretensões para lá de ser feliz jogando futebol, Augusto Rocha encontrou Académica o ninho de conforto para toda a vida. O seu talento encerrava o toque oriental exótico, porque seguia uma linha de raciocínio diferente da habitual para resolver determinadas situações de jogo, não obstante assentar nos argumentos universais dos grandes criadores: magia, instinto, drible, visão, velocidade e imaginação. Tornou-se um ídolo para os adeptos, uma referência de prestígio para o clube, um herói para os companheiros e um adversário temível para quem o defrontava.
A partir de determinada fase, Rocha passou a multiplicar por todo o campo a influência de um jogo sedutor, repentista e explosivo que o conduziu à galeria dos imortais do clube e do futebol português.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Mais 63 mil pessoas à procura de trabalho

                      
O agravaento do desemprego foi particularmente violento para as pessoas com ensino superior, o aumento foi de (27,4%), tendo atingido 20.769 licenciados.
Mas os maiores aumentos não ficaram por aí. Acorreram aos centros mais homens (+15,6%) do que mulheres (+8,3%), embora o género feminino continue a liderar entre os inscritos à procura de trabalho.
Os jovens com menos de 25 anos também foram mais penalizados (+14,8%) do que os adultos (+11,35%).
Foi igualmente maior o aumento do número de desempregados inscritos com (+19,2%) do que os da longa duração (+1,2%).
Nenhuma escapou à subida do desemprego, com acréscimos brutais nas regiões autónomas: nos Açores, a subida anual foi de (54,4%) e, na Madeira, de (21,5%). O Norte continuou a ser a região com maior número de inscritos, com 254.514  pessoas à procura de emprego, mas foi a que teve o aumento mais suave (+8,7%). Seguiu-se Lisboa e Vale do Tejo, com 182 mil inscritos, mas com um acrescimo anual de (13,3%).
Os centros de emprego de todo o país receberam 5.981 ofertas de emprego, menos (8,8%) em relação há 2 anos, e menos (10,9%). Mas o número total da oferta por satisfazer ficou nas 9.074, mesmo assim, menos (30%).
Nuno Costa, Lamego

quinta-feira, 7 de março de 2013

Gondomar tem as piores escolas da Região Norte

                     1.229 escolas portuguesas ganham prémio ambiental
Gondomar é o município com piores resultados da Região Norte, e não é só nas pautas de notas. Era ainda o município com menos taxa de cobertura de educação pré-escolar.
Apesar do problema vir a decrescer, o município continuava, ainda assim, com uma taxa muito baixa. A nacional era de (83,4%) e em Gondomar de apenas (55,7%).
Em termos de taxa bruta de escolarização, em todos os graus de ensino, continuava, com o mais baixo da região: dos (107,8%) no município, e relativos ao Ensino Básico, a taxa nacional era de (130,6%) e no Norte (131,8%). No caso do Secundário, a taxa local era de (109,8%), (146,7%) a nível nacional e (140,5%) no Norte.
Problemática é a taxa de desistência de alunos entre os 14 e os 16 anos, sendo a situação mais crítica é aos 14 anos, com uma diferença percentual negativa quando comparada com os níveis nacionais, de (13,6%).
Relativamente aos problemas formativos no concelho, verifica-se que mais de (50%) dos desempregados inscritos no Centro de Emprego têm habilitações até ao 2.º ciclo, havendo muitos adultos sem o 4.º ano de escolaridade.
Cerca de 6.350 pessoas em situação de desemprego têm habilitações literárias até ao 2.º ano e 474 não têm o 4.º ano. Dos 12.020 desempregados no início do mês, apenas 5.667 possuíam habilitações superiores ao 3.º ciclo.
Nuno Costa, Lamego

quarta-feira, 6 de março de 2013

Há mais de 2.500 nomes proibidos pelo registo civil

                    
Bela Deusa é um belo nome para atribuir à sua filha? Mas não é possível registá-la assim. A lista dos nomes proibidos do Instituto de Registos e Notariados não o admite. Não cumpre as regras legais. Há, neste momento, 2.500 nomes recusados.
Alcíone, Leite, Pitágora, Querida, Tchaina, Trebaruna ou Varusa são algumas das entradas na lista de recusados.
Os nomes têm que se adequar à tradição onomástica portuguesa. Sendo filho de pais estrangeiros, a criança pode ter um nome não português, desde que se prove que ele existe no país de origem dos pais.
Pais, ainda portugueses, mas praticantes de uma qualquer religião que não a católica, podem atribuir nomes dessa confissão, desde que provem praticá-la. Com o novo acordo ortográfico, vários desses problemas já não se porão.
Passando o alfabeto a incluir o Y, W e K, será possível chamar Kátia a uma rapariga, quando, até agora, só era permitido Cátia.
Salta à vista a quantidade de crianças com nomes que mais ninguém tem.
Welwitschi, Catchinué, Christiano, Habibata, Vivacio, Saionara, Eakmpreet, Ahmadou ou Dinamene são alguns. É fruto da imigração. Mas salta igualmente à vista os que persistem: Maria e Rodrigo acupam o topo da lista.
Nuno Costa, Lamego

terça-feira, 5 de março de 2013

Cortes levam o fecho de cursos no Superior

                 
Há instituições do ensino politécnico que estão a encerrar cursos devido aos cortes no financiamento.
É o corte de (8,5%) no financiamento das instituições que já está a afectar a qualidade do ensino: há politécnicos que estão a fechar mestrados e cursos de especialização tecnológica.
O problema, é diversas instituições que não renovaram os contratos com os professores convidados, que estavam a tempo parcial.
O peso da despesa pública nas instituições de ensino superior era de (96,5%), a par de países como a Dinamarca (99,4%), na Finlândia (97,8%), a Noruega (93,7%) ou a Áustria (96,1%). Era de (62,1%) - uma redução de (34,4%) que fez Portugal cair do topo para os últimos lugares da tabela europeia.
Nuno Costa, Lamego

segunda-feira, 4 de março de 2013

Famílias falidas para toda a vida se o juiz quiser

                  
É sinal da crise: há mais famílias do que empresas a abrir falência. Logo à partida, perdem a casa, mesmo que já tenham quase paga, ajudando a afundar mais ainda o mercado imobiliário.
Acontece que nem sempre o pedido é feito, que tem dado palestras por todo o país alertando os colegas para a obrigatoriedade de entregar o pedido mal o processo de insolvência dá entrada. E, ainda que seja feito, nada garante que o juiz aceite.
Uma vez na Relação, a maioria dos casos é decidida a favor do insolvente: 38 vão conseguir livrar-se das dívidas; mas 17 continuarão a dever tudo o que não pagarem.
A lei enumera as circunstâncias em que o juiz pode recusar o pedido, mas a realidade não é linear. Uma é a apresentação à insolvência demasiado tarde.
Mas a esperança de que possam endeitar a vida pode levar as pessoas a adiar a decisão que, para mais, irá mudar radicalmente a sua vida.
Terá que dar contas da sua vida financeira ao fiduciario indicado pelo tribunal para o acompanhar e, por norma, é o administrador que trata da fase inicial da insolvência.
Uma das consequência da venda automática da casa é a entrada no mercado de habitações, a preço de saldo, contribuindo para baixar o valor da imobiliário. Para mais, quando a pessoa deixe de pagar as prestações, é frequente o banco executar a hipoteca e tomar conta da casa.
Nuno Costa, Lamego

sexta-feira, 1 de março de 2013

Bailarino sem medo das alturas

               
                                                 BEN DAVID
Foi um fenómeno no futebol português, em primeiro lugar porque, sendo um jogador extraordinário, preferiu viver tranquilo na modéstia de uma arrebatadora carreira e aventura-se no que podia ser a glória em clubes com outras ambições. Ben David quando entrou na curva descendente de uma vida desportiva que prometia o céu.
Era um avançado completo, rápido, bem relacionado com a bola, objetivo, habilidoso e eficaz. O seu jogo aéreo era deslumbrante: a elegância de cada gesto dava-lhe a imagem de bailarino sem medo das alturas, que chegava mais alto e melhor do que os adversários.
Adquiriu então o estatuto de fenómeno e conquistou um lugar na Seleção. Um lugar só roubado pela fatalidade que lhe bateu à porta.
Uma luta desigual, porque a lesão foi muito mais forte do que a sua persistência. Aguentou 3 épocas a cair e a levantar-se, período ao fim do qual deu por vencido.