quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Portugal visto de fora cá dentro

              
Visto de fora, a nossa crise é uma crise de direitos garantidos e de benefícios corporativos.
Visto de dentro, a crise tem tantas explicações quanto às posições ideológicas. Da esquerda para a direita, a crise é interna à lógica do capitalismo, um efeito colateral da crise financeira internacional. Visto de fora cá dentro, o resultado não podia ser outro.
Visto de fora, a última década foi uma década perdida. Crescimento económico é nulo, a produtividade a crescer menos do que os salários, os resultados escolares são aterradores, um aparelho do Estado é tomado por clientelas poderosas, o constante adiar a resolução dos problemas à vista de todos. Visto de dentro, foi uma década de expansão da classe média do Estado, do crédito barato e sem limites, da construção desenfreada, das Scuts sem tino. Visto de fora cá dentro, o reverso da medalha era claro como água. O essencial, e o mais difícil, ficou por fazer: integrar a nova geração de cientistas nas universidades, em vez de os subsidiar com bolsas em estruturas paralelas. Da mesmo forma, o Estado social tinha filhos e enteados: os primeiros cada vez mais grisalhos e os segundos cada vez mais jovens e precários. As desigualdades, económicas mas também de poder e influência, mantiveram-se, intocadas.
Visto de fora, o nosso futuro é sombrio.
Como reindustrializar um País que nunca foi industrializado? Como pagar uma dívida de mais de (120%) do PIB com as taxas de crescimento anémicas.
Visto de dentro, predomina a incapacidade de reconhecer os erros passados e o taticismo das sondagens, uma incapacidade apoiada sobre os sectores da nossa sociedade que fazem de conta não perceber quanto mais se puxa o lençol, mais os pés ficam de sobra para tentar provar os prognósticos sombrios que estão errados e as inércias à mudança são injustas.
Nuno Costa, Lamego    

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Concurso está atrasado e adia o início das aulas no Ensino Artístico

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As escolas do ensino artístico especializado não começaram o ano letivo. A colocação de novos professores para os quadros está atrasada e a impedir a abertura dos concursos para os contratados.
As escolas secundárias artísticas Soares dos Reis, no Porto, e António Arroio, em Lisboa, não vão iniciar o ano letivo.
O concurso de vinculação extraordinária para os docentes do ensino artístico especializado com 149 lugares e está atrasado.
Sem o processo de vinculação estar concluído, as direções estão impedidas de avançar para a contratação da escola. No Soares dos Reis, no Porto, estão por entrar nos quadros 31 professores, depois vai ser necessário contratar outros 30 técnicos especiais.
Estão por colocar 20 novos professores nos quadros e será necessário contratar mais 30 técnicos especiais para as oficinas, para os projetos e para as tecnologias.
Por agora, 19 vagas nos quadros que vão ser preenchidas nos próximos dias, depois vai ser necessário contratar mais 40 docentes.
Nuno Costa, Lamego

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

A velhaca da narrativa

                 
Existe uma narrativa que desfaz os governantes e amarra os países a destinos ingratos. A narrativa é muito cruel e não respeita mesmo ninguém. Ainda em roda livre e têm palco garantido nas televisões e nos jornais.
A narrativa é muito caprichosa, é ciumenta e descarada.
Não tem amigos, faz acordos de conveniência e deixa cair aliados à mínima desconfiança.
É muito perigosa e canalha, tem uma legião de seguidores fiéis que a acompanham para onde quer que vá. Tem até um séquito de profissionais que cuidam dela, que a tornam coerente e lúcida e ajudam sempre que ela fraqueja.
A narrativa tem cadastro. Aqueles que consideram as suas vítimas são muitos e têm graves sequelas.
Alguns não recuperam nunca das mutilações sofridas, e arrastam-se penosamente até ao fim dos dias. Os outros preferem uma solução mais radical.
É odiada por uns e adorada por outros, a narrativa tem sempre sobrevivido. É que a narrativa tem um nome; chama-se História.
Nuno Costa, Lamego  

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Atrito no caso do BES marca viragem para presidência mais crítica

              
O verniz estalou-se com o BES: Cavaco Silva e Passos Coelho envolveram-se numa zanga, um Presidente que vai tentar limpar a imagem até sair de Belém e ganhou mais margem para criticar.
O Presidente abriu as hostilidades quando lançou as suspeitas sobre a falta de informação no caso do BES. O Primeiro-ministro respondeu, três dias depois, alegando que Cavaco Silva teve a oportunidade de esclarecer todas as questões que considerava pertinentes e não soube mais foi porque não quis.
O assunto é muito grave, não é por isso que deixarão de entenderem-se, Cavaco Silva vai usar, a maior margem de manobra que ganhou com a saída da troika. Vai esforçar-se para deixar Belém com uma imagem limpa.
Nuno Costa, Lamego

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Triste sina?

               
Para além de uma crise económica e social, caminhamos, a passos largos, para uma crise política. Ninguém parece suficientemente hábil para encontrar a panaceia dos nossos males.
Aquele reflexo foi a obra feita pelos nossos governantes, evidenciando um novo - requisito de exibicionistas.
Acresce o facto de que, sem fundos europeus, ficamos manietados, dentro de um colete-de-forças. Como não existe um projeto, nem uma ideia para este singular País, como é nosso apanágio, só resta ter uma esperança em soluções milagrosas.
Nuno Costa, Lamego    

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Era uma vez um passado a preto e branco sem mini-saias e sem sexo

               
O 25 de Abril são factos, na TV a dimensão cedeu ao mito, com uma transformação dos factos nas lendas, nas interpretações dos eventos enviesadas ou falsas. Os 40 anos do 25 de Abril permitiram boas reportagens, ouve mais mitos do que factos. Muitas fizeram uma gritante mitificação, os autores não viveram na época e tendem para interpretações ignorantes e a preto e branco. A mitificação resultou de uma visão maioritária do 25 de Abrilos jornalistas procuravam reproduzir o que mais agrada.
Fizeram uma enorme confusão entre a natureza do regime fascista e os hábitos sociais, eram mais livres do que na ficção pintada nas reportagens.
Nuno Costa, Lamego

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

A indústria papeleira

                 
Esta é uma importância que a indústria do papel teve na história nas terras da Santa Maria da Feira, à cerca de 13 anos nasceu em Paços de Brandão o primeiro espaço museológico foi dedicado à História deste material em Portugal.
O Museu do Papel fica situado nas duas antigas unidades papeleiras, anteriormente tinham sido moinhos do papel, que destaca-se pela sua característica por tratar-se de um núcleo museológico monográfico que é dedicado ao material. Naquele espaço oferece a oportunidade de ficar a conhecer o fabrico do papel, são matérias-primas até às profissões inerentes à produção papeleira, convidar os visitantes a mexer naqueles engenhos do passado o que salda numa viagem no tempo permitir sentir, visualizar, tocar e fabricar o papel nos mesmos moldes do que há 200 anos ou a 300 anos. É uma exposição permanente que mostra as duas fases mais marcantes deste material no nosso País, o manufatureiro e o industrial, a visita vai iniciar-se no espaço oitocentista do Engenho da Lourença com uma forma mais antiga da produção manual do papel a partir do trapo, passar para o fabrico industrial no espaço da Casa da Máquina.
As peças e a maquinaria como a tesoura de cortar o trapo e o moinho de galgas que complementam o espólio deste museu que ainda possui o espaço de oficinas educativas, workshop ou exposições temporárias.
O Museu do Papel está aberto à Terça-feira e a Sexta-feira, das 09:30m às 17:00h; fim de semana, das 14:30m às 17:00h. As visitas são guiadas e custam 3 euros para os adultos e euros 1,50 para os 6 anos e aos 18 anos e seniores.
Nuno Costa, Lamego