Existe uma narrativa que desfaz os governantes e amarra os países a destinos ingratos. A narrativa é muito cruel e não respeita mesmo ninguém. Ainda em roda livre e têm palco garantido nas televisões e nos jornais.
A narrativa é muito caprichosa, é ciumenta e descarada.
Não tem amigos, faz acordos de conveniência e deixa cair aliados à mínima desconfiança.
É muito perigosa e canalha, tem uma legião de seguidores fiéis que a acompanham para onde quer que vá. Tem até um séquito de profissionais que cuidam dela, que a tornam coerente e lúcida e ajudam sempre que ela fraqueja.
A narrativa tem cadastro. Aqueles que consideram as suas vítimas são muitos e têm graves sequelas.
Alguns não recuperam nunca das mutilações sofridas, e arrastam-se penosamente até ao fim dos dias. Os outros preferem uma solução mais radical.
É odiada por uns e adorada por outros, a narrativa tem sempre sobrevivido. É que a narrativa tem um nome; chama-se História.
Nuno Costa, Lamego
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