A partir de agora, quem abater os sobreiros já não é apenas abater árvores protegidas, é abater um símbolo nacional.
O sobreiro é a essência de um ecossistema fundamental para a conservação da biodiversidade e da espécies ameaçadas, e, por esse motivo, o montado de sobro é um dos habitats prioritários na Europa.
O sobreiro é montado, compromisso de gerações, de sustentabilidade, demonstração como um sistema agro-silvo-pastoril tradicional preserva os solos e, contribui para evitar a desertificação e consequente despovoamento/desordenamento do território. Mas o sobreiro também é cortiça, o único produto em que Portugal é líder mundial, com cerca de metade da produção global.
É um ponto de encontro, onde se esbatem as diferenças e os consensos que procuram. Valoriza-se a enorme dimensão ambiental e territorial, defende-se a economia da sustentabilidade de ecossistemas ricos e diversificados e de fileiras silvo - industriais competivivas e com capacidade exportadora, sem perder o lado lúdico da floresta.
Temos de ser capazes de colocar a floresta no centro das atenções. Precisamos de um programa de fundos públicos, a partir de verbas nacionais e comunitárias, tanto no apoio à floresta produtiva como na valorização dos serviços silvo-ambientais.
E é fundamental a aplicação de um sistema fiscal mais justo face ao longo período de retorno que está associado ao investimento na floresta.
A floresta deve constituir um desígnio nacional.
Nuno Costa, Lamego
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