Os nossos governantes, quando a lata não dá para a candeia, quando a receitas não dão para cobrir as despesas, fecham os olhos, lançam a fateixa ao acaso de tudo o que vier à rede é peixe e o povo mais uma vez aperta o cinto.
Os cães ladram, a caravana passa, o vento abafa os latidos, e as coisas já não estavam bem, acabam por ficar pior.
Quando os governantes entendem por qualquer motivo é preciso reforçar as receitas, fazem-no aparentemente sem conta, peso nem medida; o povo não aguenta, revolta-se, por vezes perde a cabeça e faz o que achar melhor.
O povo português, é pacífico por natureza, quando o picam, ou, vai aos armes e esquece as consequências, tantas vezes nefastas, dos seus actos mais impensados.
Evidentemente o procedimento usado é condenável, e deve ser punido; mas, também é condenável a situação a que o País chegou, e aos culpados, como se fossem os donos da casa nada acontece e, muitos deles engordam à tripa forra e ainda riem de nós.
A ideia de que não devemos pagar as dívidas, se não pagarmos as dívidas os banqueiros alemães vão ficar de pernas a tremer, pior será como uma bomba atómica que cairia sobre eles.
Não queira o ilustre deputado, fazem o papel de sapo que pretendia segurar um boi pela jarrete.
Talvez, em lugar de apelar ao não pagamento das dívidas a quem se deve, seria melhor apelar à redução do número de deputados na AR, pelo menos durante o período de tempo em que Portugal não pagasse aos seus credores!
Nuno Costa, Lamego
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