Diga-me uma coisa, caro primeiro-ministro: prefere comer bem ou passar fome? Prefere receber um aumento de ordenado ou um corte no subsídio de Natal? Prefere comprar uma casa nova ou ir viver para debaixo da ponte? Prefere ganhar músculo ou lhe cortem uma perna? Prefere um beijinho na boca ou um murro nos dentes? Se estas perguntas lhe parecem um bocado parvas, deixe-me então fazer-lhe uma outra, com igual nível de sofisticação: prefere crescimento ou austeridade?
O primeiro passo para termos uma sociedade melhor e mais justa, ou para ao menos aprendermos alguma coisa com esta crise desgraçada, é pedir aos políticos que nos governam, e aos políticos que se opõem aos que nos governam, para não se comportarem no espaço público como se todos fôssemos atrasados mentais.
Os portugueses não são estúpidos.
E por isso sabem que nenhum político sério pode colocar de um lado a austeridade e do outro lado o crescimento. Não são nem antônimos, nem alternativas. E quem disser o contrário é uma de três coisas: ignorante, senil ou mentiroso.
Nuno Costa, Lamego
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