A Madeira é um jardim à beira-mar endividado. Mas, convenhamos, não é o único em Portugal. Os orçamentos do Estado têm escondido mais buracos do que o campo de golfe do Palheiro, a dez quilómetros da cidade do Funchal.
Estamos perante o dilema de quem apareseu primeiro: o ovo ou a galinha, as más contas de Jardim ou o descio colossal de José Sócrates?
Há muito que diz nas conversas de café que é melhor dever muito dinheiro do que pouco. A quem deve muitos milhões, os bancos emprestam mais - e quem trama é sempre o mexilhão, com o seu pequeno crédito malparado para a casa, o carro ou o frigorífico.
Ninguém deve pôr as mãos no fogo e dizer que não existem situações idênticas à da Madeira.
Jardim sofre de um terrível complexo português: não soube retirar-se a tempo. Agora já é tarde demais.
Nuno Costa, em 08/08/2012
Sem comentários:
Enviar um comentário