terça-feira, 19 de março de 2013

Um artista com pés de ouro

               
                                                JAIME GRAÇA
Foi um médio extraordinário, com a visão ampla e técnica superior, capaz de levar por diante quadros solitários deslumbrantes ou pôr a máquina a funcionar dando-lhe coerência coletiva. Era um chefe de orquestra discreto, por vezes triste, capaz de fazer explodir o jogo a favor das suas cores mas nem por isso se entusiasmava com o trabalho grandioso que efetuava. Jaime Graça iluminava a equipa, o espetáculo e o jogo, mas agia como se ficasse encadeado com o reflexo da luz que emitia, mas cometeu a proeza de ser referência para os próprios companheiros de equipa. O futebol nacional gerou uma estrela marcada pela contradição do seu brilhantismo, reconhecido unanimemente, não corresponder à sua imagem simples e de escassa intervenção pública. Ídolo eterno do Benfica, com qualidade ao nível das estrelas maiores do seu tempo, Jaime Graça tinha poder de síntese fabuloso e visão de jogo que poucos em Portugal conseguiram igualar.

Sem comentários:

Enviar um comentário