É um retrato bipolar: mais qualificadas, mas também as que sofrem de maior desemprego e de pobreza. As mulheres portuguesas adiam o casamento e maternidade e vivem cada vez mais sós.
O número de mulheres portuguesas a viver sós aumentou (27%) - elas são praticamente 2 terços da população sozinha.
É ao nível da educação que é visível o maior salto qualitativo na população feminina portuguesa.
Esta dualidade reflete-se na inserção no mercado de trabalho. Há mais desemprego, de uma forma geral, entre as mulheres, mas é entre as mais jovens e com menos qualificações académicas que as clivagens são mais significativas. As licenciadas têm uma taxa de atividade que é o dobro das que possuem escolaridade até ao 3º Ciclo.
Apesar de terem uma empregabilidade mais baixa do que os homens, as mulheres ocupam mais funções dirigentes e de caráter intelectual e científico.
Com salários e prestações sociais mais baixos, são as mulheres quem mais incorre em risco de pobreza, com agravamento substancial entre as mais idosas.
São elas que asseguram preferencialmente o cuidado de crianças e idosos dependentes, quem mais recorre a reduções de horário, licenças e baixas para cuidar da família.
Nuno Costa, Lamego
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