Os portugueses ainda não sabiam, mas começava ali o primeiro dia do resto das suas vidas. Nada mais foi igual no quotidiano dos cidadãos nacionais. A dimensão da mudança implícita, não foi de imediato percetível para o comum dos portugueses e os efeitos dessa espécie de tsunami abatido sobre a economia e a sociedade portuguesa estão longe de estar consumados.
Em nome da crise ou a pretexto da crise, começaram a ficar cada vez mais frágeis as paredes do Estado. O impacto do resgate reflete-se em níveis do desemprego nunca visto e no progressivo esvaziamento dos bolsos de quem trabalha. Sucedem-se os cortes dos salários, das prestações sociais, dos subsídios de férias e de Natal para os funcionários públicos. Aumento o número de horas de trabalho sem a correspondente retribuição salarial, diminui a duração e o montante do subsídio de desemprego, do rendimento social de inserção, do abono de família. Os preços dos transportes públicos aumentaram duas vezes e de forma expressiva, a eletricidade está cada vez mais cara e a gasolina já é das mais caras da Europa.
Nuno Costa, Lamego
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