segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Guarda-costas de um sonho

                
                                                     RICARDO
Um dia tiraram-no da baliza de Portugal, noutro entregaram-lhe de mão beijada; viu abalada a confiança de quem imaginaria ser o guarda-redes, aceitou a responsabilidade tremenda de ser o guarda-costas de um sonho coletivo. Guarda-redes de um ciclo de sucesso, ele foi o homem de confiança de um selecionador que apostou tudo no talento de quem juntou às qualidades inatas de experiência, a maturidade e o saber acumulado ao longo dos anos em que teve sempre de lutar pelo seu espaço e estatuto.
A grande particularidade de Ricardo em relação a quase todos os outros jogadores nas suas circunstâncias e antes de chegar ao patamar mais elevado do futebol já tinha entrado em órbita.
Dono de um estilo vibrante e espetacular, Ricardo passou boa parte na contradição entre o homem sensível e de lágrima fácil e o epicentro de conflitos que ele próprio estimulou e só o diminuíram. Um guardião capaz de milagres, como aqueles que promoveu na luta das grandes penalidades, e que lhe deram um capítulo inteiro como herói na história do futebol nacional. Será, por tudo isso, um guarda-redes inesquecível.

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