quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Um País devastado pelo desemprego

                 
Cada vez mais há pessoas sem trabalho é um grave problema económico, também é um terrível imposto ético que toda a sociedade está condenada a pagar caro. Para poder vencer a dureza da crise, o País vai ter de capaz de saber lidar com a frustração, com o desespero, de uma franja de nervos muito significativa da sua população.
Além da incerteza sobre o ciclo político, as ameaças externas ou a interminável recessão interna, vai ser preciso gerir o ressentimento natural de pessoas a quem, num ápice, foram cerceadas aspirações e travadas expectativas quanto ao futuro.
Face às limitações financeiras do Estado, por causa até de alguns dos princípios basilares do pensamento político do Governo, não espere mais de apoio e proteção aos que perderam, estão em vias de perder o seu emprego.
Os que não têm trabalho, sejam jovens licenciados ou até desempregados de longa duração, vão continuar a ser as principais vítimas da crise. Viver com menos é sempre mais fácil do que viver sem nada, incluindo as perspetivas do futuro. Com um Estado falido, um Governo prisioneiro da troika e uma economia cercada pela austeridade, as perspetivas para os desempregados são negras. Só a capacidade de resistir e o apelo à solidariedade podem fazer alguma diferença.
Nuno Costa, Lamego  

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