Há 40 anos, um em cada 4 lares tinham uma televisão. Cerca de metade da população não tinham a eletricidade em casa. Transmitia 20 horas por dia em 2 canais. A programação era variada, generalista: magazines, teatros, concursos, TV educativa.
Séries e filmes, legendados, para os analfabetos, de cerca de (25%) da população. O Telejornal, com meia hora, era o diário do Governo fascista. A RTP era a sala de estar com as conversas em família de Marcelo Caetano. A TV abriu horizontes: mostrou um mundo mais dinâmico do que o regime.
A RTP tornou-se antifascista logo pelo manhã de 25 de Abril. Mostrou ao País uma forma diferente. Em 1975, tornou-se um revolucionário: era insuportável a lavagem ao cérebro. Era o Pilar do regime, acompanhou sempre o poder político do momento. Na década de 80, optou por um modelo internacional que era antes de 74: era entreter o povo, com músicas, concursos e desporto e as notícias com a visão governamental. Com todas as excepções, como algumas versões mais livres dos telejornais na RTP2.
A liberdade, na TV, só quando chegou os anos 90, há liberdade a sério quando houve alternativas. A RTP sofreu o mais forte abanão com a chegada da SIC e da TVI. As pessoas de imediato se identificou com a SIC e, com a TVI. Das 12 horas de emissão por dia na década de 74, passou para 48 nos 4 canais e muitas centenas para os mais de 2 terços que agora têm a TV cabo. A programação mudou muito: aumentou o tempo das noticias; o futebol é um dos principais galvanizadores; os programas de conversa dominaram o dia.
Depois de abalar a rádio e a imprensa, a TVI generalista é agora ameaçada por uma explosão dos medis digitais e pelo acesso direto aos conteúdos. É ainda o principal ponto de encontro da sociedade, vai perder rapidamente a sua relevância. Talvez dentro de 40 anos um em cada 4 lares ainda têm a televisão.
Nuno Costa, Lamego
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