Visto à distância, exibe um ar enigmático, mas pouco amigável, é discreto e tranquilo, quase imóvel. É assim, quem teime em lhe chamar peixe - escorpião - que se consegue camuflar a maior parte do dia nas profundezas dos nossos mares, assemelhando-se a uma pedra presa nas rochas.
Quando se sente ameaçado, o rascasso mudo de figura e de humor, tirando partido da elevada capacidade de mimetismo e homocromia que lhe permitem mudar de cor e de formar. E se chegar a injectar o seu veneno, até pode matar um homem.
Só se for incomodado e que o caso muda de figura. Pelo contrário, o rascasso reve-la-se uma espécie carnívora bastante voraz na hora de caçar.
Regra geral, adquire uma tonalidade castanha, ficando o seu corpo muito parecido com a rocha onde se vai alojar, pacientemente, à espera da refeição. Aliás, chega a adquirir formas e cores de difícil percepção, como se fosse de um camaleão - para dar o exemplo mais clássico - se tratasse, podendo apresentar-se com um visual forte ou perigoso apenas para causar medo.
Tal como as restantes espécies marinhas de ovíparos, o seu êxito na sobrevivência depende do local por onde forem encaminhados pelas correntes - assim haja alimentação - e de não se cruzarem com algum dos muitos predadores mais esfomeado.
Nuno Costa, em 15/03/2012
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