Portugal está a desfazer-se aos bocados, de Norte a Sul e nas calmas, ou não fosse o povo sereno. De tempos a tempos, lá vem mais um pedaço de terra ou arriba abaixo, que leva a que alguns apelidem tal derrocada. Os desmoronamentos não param, e sustentar a vida, estirada à sombra das gravosas medidas não é para todos. Os portugueses, expostos constantemente a perigos e aos abalos que as receitas governamentais provocam, os riscos de escaldões que correm, as dificuldades por que passam e vão passar, não descansam com a colocação de um aviso sobre a possibilidade de nos vir a cair em cima, mais um aumento de impostos, mais um corte na saúde, numa regalia conseguida com muita luta, etc. Vivemos quase todos num sufoco, sob a ameaça permanente e histórica, que não vem do ar mas do diabo que nos governa, e que agora de terço na mão, sem ponta por onde lhe pegue, apela à concertação social, num país que foi posto sem conserto, à beira quer da falésia quer da falência.
Nuno Costa, em 23/03/2012
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