MÁRIO COLUNA
Não precisava da braçadeira para mandar ou de elevar a voz para se ouvir - era, ele próprio, a imagem da liderança e autoridade.
Exercia no centro de operações do jogo, com a entrega de quem sempre viveu o futebol com seriedade e o talento adequado a um dos melhores centro - campistas mundiais de todos os tempos. Sendo marechal em pleno campo de batalha, Mário Esteves Coluna manteve pela vida fora o sorriso tímido e a expressão nostálgica dos seus amores, uma figura simpática e reconhecida muito para lá da cor da camisola. O seu futebol tinha a grandeza de um estilo comprometido, de uma atitude ditatorial em relação aos acontecimentos e de qualidades raras do ponto de vista técnico, tático e físico. Senhor de abrangência territorial sem limites geográficos, decidia sempre em função dos interesses da equipa.
Coluna, tornou-se num dos mais sublimes administradores futebolísticos de sempre. Por intuição mas também por conhecimento adquirido, sabia quando devia jogar curto ou longo; a um/dois toques ou entregar-se à condução da bola; a dobrar companheiros ou a atacar a baliza contrária. Um dia, para sintetizar tanta a grandeza, chamaram-lhe Monstro Sagrado. É isso mesmo que será para sempre.
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