quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Vocação de extremo com espírito rebelde

                    
                                              SÉRGIO CONCEIÇÃO
A reivindicação, o sentido de justiça e a fraqueza ríspida foram traços de personalidade que trouxe do berço e orientaram pela vida fora.
Porque teve pouco em menino, tornou-se muito zelozo do espaço e das conquistas que foi conseguindo, sempre orientado pela memória de uma infância difícil. Sérgio Conceição agarrou-se à bola para ajustar contas com a vida. Olhar para trás fez parte dos seus hábitos, memo quando chegou ao topo do reconhecimento, como um dos melhores e mais desejados jogadores do futebol europeu. Sérgio personificou a vocação de extremo e adaptou-a ao espírito rebelde que o caracterizou e nunca foi totalmente compreendido.
Sérgio foi um fenómeno absoluto pelas constantes explosões em qualquer dos flancos; pelo modo como ia direito à linha para executar o cruzamento perfeito ou fletir para dentro e aplicar o tiro temível; por físico espantoso, articulação motora excecional e precisão sumptuosa a utilizar ferramentas indispensáveis para o tipo de intervenção que tinha: receção, finta, passe, cruzamento e remate. Num país de extremos grandiosos, cometeu a proeza de ser distinto.
Desde esse dia agarrou à bola para derrotar o destino e ser alguém na vida.
Peregrinações menores para quem merecia permanecer mais tempo no topo do futebol europeu.

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