sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

O relógio invisível dos portugueses

                   
Há um relógio invisível na maioria dos portugueses que conta: quanto tempo vai demorar até que deixem de pagar os seus impostos, pura e simplesmente não têm dinheiro para pagar. Uma parte dos seus impostos é retirada com o salário, aí não podem fazer nada a não ser deixarem de pagar outras dívidas.
O efeito do peso dos impostos vai pagar às contas da luz, gás, água, Internet, telefone, prestação da casa ou do carro, tudo. Só se for pelo demónio, o Grande Enganador, pelos vistos vai a Conselho de Ministros.
O caminho que segue é uma queda ainda mais súbita em todos os incumprimentos: a seguir a falhar o pagamento vêm as execuções fiscais, muito rápidas nestes dias de exigências de pagamento ao Estado estão a ser rápidas quanto são lentos os pagamentos do que o Estado deve.
O fisco funciona a alta velocidade, para cobrar receitas, executar dívidas, devolver o que recebeu a mais, pagar o que deve. Para muitos cidadãos, o incumprimento fiscal torna-os não-cidadãos: deixam de poder fazer muitos atos da sua vida porque não têm os impostos em dia. Nem individualmente, nem como uma família, nem nos milhares de pequenas e médias empresas. A cresce a economia paralela, como o empurrar as centenas de milhares de portugueses para a evasão fiscal consentida.
É uma via dolorosa que rebenta com uma vida e pode rebentar a qualquer momento com um Governo e até com a governabilidade do País.
Nuno Costa, Lamego

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