Parece que a PSP pretendeu retirar as pedras das calçadas que rodeou o Parlamento.
Para evitar novas cenas de violência. Acho bem: sem pedras, as próximas manifestações serão feitas com o arremesso de tartes. Mas talvez esta ambição da polícia esteja em sintonia com o delírio da política.
Quando a crise rebentou, houve por aí alguns alienados, para quem só havia duas saídas possíveis para o sarilho em curso: recuar na integração europeia; ou avançar com ela. A Europa preferiu ficar no meio da ponte, infligindo as doses de austeridade sobre as economias endividadas e moribundas. A zona euro está oficialmente em recessão, com o lento naufrágio da Espanha, Itália, Holanda - e, a prazo, da França e da Alemanha.
Sim, podendo remover as calçadas, sinais de trânsito, automóveis, edifícios e até cidades inteiras. Mas, no meio do deserto, ficaremos sempre nós. Pobres e sós.
Nuno Costa, Lamego
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