Fizeram de ti, a terra sem identidade,
Impôs-se o impulso casual e urgente,
Tinhas que ser o cravo para a posteridade,
Sem que pedisse para o ver,
Viram-te em ti os proibidos desejos e toda a Liberdade,
Foste a Esperança à força das mãos de tanta gente,
Vergaram-te as tuas hastes numa fartura aparente,
É fértil, é fértil, foi a ilusão da semente,
Foste o renovo para esquecer,
Antes que pudesses perceber,
Passaste a ser o cravo do orgulho ausente!...
No lugar dos cravos floridos de orgulho viçoso,
Movem-se os gritos tontos a caminho da fome,
Os militares cheiram o seu cravo famoso,
Um cheiro de vergonha liberta-se, silencioso,
Os cravos sem culpa são do Povo sem nome!...
Já não somos de Portugal,
Não sabemos em que terra defender,
Sentimos deste traidor de desapego nacional,
Elegemos quem nos comeu, come e continua a comer!...
Nuno Costa, Lamego
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