Nunca um inquilino das linhas laterais, seduzido como todos os outros pelos efeitos da habilidade natural, foi tão longe na conjugação da extravagância dos malabarismos com a eficácia na zona frontal à baliza; nunca um espírito rebelde e exibicionista atingiu expressão goleadora tão eloquente e nunca o futebol conheceu um extremo com qualidades. Nele habita a eternidade da exceção, porque nele coincide tudo quanto o futebol atual exige: é um fenómeno do jogo, um protagonista do espetáculo e um impulsionador do negócio. Em campo, é o avançado perfeito: robusteceu sem danificar o instinto; ganhou músculo sem perder agilidade; construiu físico de super-homem e menteve o sonho quase infantil de ser melhor do que os outros.
CR7 concentra todas as virtudes do driblador: limpa adversários da frente com golpes de cintura e jogo de pernas; tem argumentos chaplinescos no modo como utiliza a bola e adversário para prosseguir o caminho e ainda sabe gerir a velocidade nos segredos de aceleração, travagem e mudança de direção que lhe estão associados. CR7 cruzou-se com os restos da geração de ouro, razão pela qual jamais saberemos o que teria sucedido, com ele em campo.
Ronaldo não é só um grande jogador, é património mundual, um génio, um fenómeno único não só na atualidade como na própria história do futebol.
08/06/2012
Muito bem, continuas com o blog.
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