sexta-feira, 5 de abril de 2013

O brioche de Cavaco Silva

             
Cavaco Silva diz ser um homem vindo do povo.
A sua mulher, Maria, uma portuguesa - tipo. Maria é próxima a qualquer família da classe média. Essa proximidade torna-se empática.
Quanto a Cavaco, a timidez produz distância.
Quando o Professor ensaia o discurso de cidadão médio - terreno que a esposa domina-, dá-se o desastre. Assim foi a propósito das suas pensões de reforma. Assim tinha sido no dia em que pediu equidade nos sacrifícios, em reação a cortes feitos nas remunerações do Estado e dos pensionistas. Nestes desastres em dois atos, Cavaco primeiro sentenciou em causa própria, e agora detalhou o seu caso.
Perante uma Nação onde a pensão média na Função Pública já desce abaixo dos 1.200 euros; com pensões futuras em queda vertiginosa, o Professor vem expor as suas dificuldades pessoais. Os seus magros 8 mil euros de rendimento mensal. Assim Cavaco o mito de uma certa Maria Antonieta, quando o povo francês gritava na rua por falta de pão, perguntava por que não comiam brioche.
Sim, sim - o pão escasseia nas casas portuguesas, e o brioche de Cavaco já não está grande coisa. São momentos destes, e outras práticas autistas com a manutenção de um mínimo inepto, que afastam Cavaco do brilho premente nesta tormenta imensa e sem bom porto.
Nuno Costa, Lamego

Sem comentários:

Enviar um comentário