Com a crise a apertar, têm as riquezas do solo e do vento por explorar. São os baldios, terras de oportunidades em tempo de crise.
Os baldios representam pelo menos (15%) de floresta portuguesa e são a origem de bens e serviços de que todos tiramos proveito - da água das nascentes montanhosas à fauna protegida por matos inacessíveis, da resina dos pinhais aos pastos selvagens.
Para muitos, os baldios são terrenos ao abandono ou inúteis à volta de cidades ou no miolo de quarteirões. Na verdade, são territórios comunitários, possuídos e geridos pelos habitantes de aldeias serranas, ainda as freguesias não existam.
Entre lenhas, madeira, resina, pastagens, caça e pesca, plantas medicinais, ornamentais e aromáticas, cogumelos, biodiversidade, regulação do ciclo da água, protecção do solo e retenção de carbono, lazer, recreio e desporto na natureza, energia eólica e rochas, representam muito mais de 80 milhões de euros por ano.
Até aqui, abriam e reparavam caminhos, criavam e mantinham regadios, faziam e conservavam capelas, fontanários, canalizações de água, centros sociais e culturais, satisfazendo as necessidades das populações serranas e substituindo as autarquias.
Com a crise, defende, é possível o regresso dos desempregados urbanos às suas raízes nas aldeias, invertendo o despovoamento, revitalizando o mundo rural e retomando actividades produtivas.
A culpa, é do Estado, que não investe nem deixa de investir na reflorestação de áreas ardidas e cujos os serviços não vendem madeira em verde, mas só a ardida.
Nuno Costa, Lamego
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