segunda-feira, 8 de abril de 2013

O feiticeiro da perna torta

          
                                                    JACINTO JOÃO
Precisava apenas de uma bola e meia dúzia de adversários para revelar o que, sempre foi: um génio do futebol.
Em todo o país chamavam-lhe Jota-Jota, mas entre amigos não era preciso tanto; para esses, com quem repartia o balneário, treino e jogo, bem como para o povo que o amava e dele fez uma figura de culto. Parecia um solitário do drible e uma peça solta na engrenagem coletiva; um extravagante sem atender às obrigações da equipa. Por mera intuição adaptou esse arsenal tremendo de soluções individuais ao funcionamento da máquina, porque conhecia os companheiros, as suas movimentações na área e as preferências técnicas para serem mais eficazes. Jacinto João funcionou para uma determinada época do futebol português, como o feiticeiro da perna torta, um elemento fundamental no espetáculo, tudo porque sempre agiu na convicção de que o futebol não podia levar-se a brincar, muito menos obedecer aos caprichos de um homem só.
Na Luz passou 5 meses a treinar-se junto de alguns ídolos campeões europeus mas sempre a jogar pelas reservas.
Sem o futebol de outrora mas a tempo de confirmar que era um ídolo do povo.

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