O número de pessoas que querem trabalhar mais tempo e não conseguem é cada vez maior.
Em Portugal, o clima é de desmobilização total em relação ao trabalho. A situação é muito pior de que se julgava: a realidade é duplamente mais grave.
O desemprego subiu para (14%) da população ativa de 771 mil pessoas, uma taxa nunca vista na história da democracia portuguesa. Mas a realidade é que, somando o desemprego oficial aos 190 mil subempregados e aos 286 mil inativos disponíveis e desencorajados, o desemprego em sentido lato atinge 1,2 milhões de pessoas.
O desemprego está mais agressivo do que nunca. A crise interna, a transformação estrutural do tecido produtivo, a grave crise europeia e os efeitos do programa de ajustamento começaram a contaminar o mercado laboral. Os sectores da construção e do imobiliário, indústria, comércio e o ramo do alojamento e restauração ressentiram-se de forma notória.
Os jovens e os licenciados são grupos que também se ressentem desta dura realidade. O desemprego jovem saltou para os (35%) de 156 mil e há 108 mil licenciados à procura de trabalho.
O salário médio líquido dos trabalhadores por conta de outrem terminou nos 809 euros. Os salários de topo de 3000 euros ou mais resistiram à crise: o número de empregados neste escalão manteve-se nos 35 mil. Mas existem mais de 40 mil pessoas a ganhar menos de 600 euros líquidos por mês. São 1,367 milhões de casos.
Nuno Costa, Lamego
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