terça-feira, 26 de julho de 2011

Nunca mordas a mão que te estendem

                          
Por estes dias, o refrão tem sido tantas vezes entoado que fica mesmo no ouvido. Dizem muitos políticos, mais uma mão-cheia de economistas, que andámos demasiado tempo a fazer vida de ricos e, agora, pagamos as favas. Quem se habituou a acreditar em todas as histórias. Os nossos dirigentes políticos vão fazer um mal negócio com o FMI e a União Europeia, para nos livrarem o mal do sufoco. E assim tem sido, o mal da nossa Nação.
Não está nem a guilhotina, nem a injecção letal, quanto mais a forca. A ver vamos se assumem a paternidade da criança que está a crescer.
Tão concentrados que andavam aqueles partidos a assinar hipotecas que nenhum deles ocorreu perguntar - sem ofensa, claro - qual seria a taxa de juro da fatia europeia do empréstimo.
É certo que não devemos morder a mão que nos estendem, mas era impertinência pôr a questão do custo real do dinheiro, generosamente, nos vai disponibilizar?
Era, pelos vistos, a gratidão não se compra e detalhes como esse tratam-se no fim, entre dois charutos, na sala do fumo. Como se os novos ricos que descobrem a paixão pelo mar e encomendam um iate, sem olhar ao preço. Vão os juros a (6%)? Depois não digam que o mau da fita é o FMI...
Nuno Costa, 26/07/2011

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