Depois da angústia, os portugueses vieram dar algum apoio ao presidente da República. Ainda que tenham sido muito menos do que ele desejava.
Alguns assustam-se com a palavra obrigatória. Como se em democracia não pudesse existir nada obrigatório, atentar contra a liberdade.
Entretanto, para além da vitória esperada do PSD que cresce, mas não aparece como grande vencedor por ter posto desta vez a fasquia, mas sobre essencialmente um Bloco de Esquerda que ruiu fragorosamente, encolhendo para metade os seus deputados.
Não esperou muito tempo para sair da tribuna do Governo e do palco do PS, com uma elegância da vergonha profissional que apraz registar. Já Francisco Louçã viu-se encolhido numa proporção inimaginável e continuou como se nada fosse.
Vítima da percepção inútil, o líder do Bloco, que tinha subido às nuvens, foi agora devolvido à Terra como uma violência inusitada. Mesmo assim, a sua cabeça continua a pairar acima da realidade e o que estranha é que não haja nenhum bloquista que peça a sua cabeça ou pelo menos parta a louça, como ocorreria seguramente num partido normal.
Louçã foi o grande ilusionista que levou o Bloco e os que penduraram nele a patamares e a locais nunca sonhados. Desfeita a ilusão, pertida a frescura, condenada inexoravelmente a sua juventude, só percebe que continue o líder se for para ser ele a apagar a luz. Porque já não há ninguém capaz à sua volta.
Fica a dúvida de saber se alguma vez houve.
Nuno Costa, 09/12/2011
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