quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

O balneário do Benfica

               
O futebol é cultura porque a ele corresponde a uma forma de ser e estar; identifica um estilo e uma sensibilidade; é gerador de orgulho e fio condutor de histórias centenárias.
A mística, tal como a conhecemos, é cada vez mais uma quimera; o balneário, como elo de ligação a sentimentos duradouros e a passados de grandes conquistas.
Quando a bola começar a saltar, todos coincidirão na defesa do símbolo que trazem ao peito, despertando as cumplicidades que o jogo cria.
A unir esses jogadores estão orgulho, ambição e qualidade técnica por vezes acima da média.
Mas, mesmo oferecendo talento e suor, os vínculos que os unem à camisola são muito mais voláteis.
Com um balneário sem dono, só Jorge Jesus pode equilibrar o abalo à mística. Tem pela frente desafio à dimensão do excelente treinador que é.
Jorge Jesus tem mais talento para conceber e construir edifícios de raiz do que para gerir condomínios com vida própria; é um treinador mais próximo da descoberta do que propriamente da gestão; está mais à vontade a operacionalizar uma ideia a partir do zero do que em alimentá-la e aperfeiçoa-la pelo tempo fora. Formar uma grande equipa e ganhar está, mais do que nunca, nas mãos de Jorge Jesus.
02/02/2012

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