Perante uma crise de autoestima dos portugueses, não falta quem procura nesgas de esperanças. Nos países menos ricos, como o nosso, o futebol tem feito mais mal do que bem à economia.
Sim, poderia até dizer alguma coisa sobre o seu temperamento: futebol mais espetacular, mais calculista, mais físico. Com a globalização do negócio são muitas vezes treinadores e jogadores estrangeiros que imprimem um tipo de jogo. Mas também não provam nada sobre as capacidades de um povo. Basta olhar para o estado político e económico do país e para o extraordinário ano que o futebol nacional viveu para perceber que não há qualquer relação entre as duas coisas. O que diz alguma coisa sobre o país é o número de praticantes amadores das várias modalidades. E aí Portugal está longe de ser um exemplo. E a crise irá piorar ainda mais a situação.
A verdade é esta: o futebol, como espetáculo, é apenas um divertimento. E é por isso que a nossa relação com ele é tão irracional. Não prova nada, não prestigia nenhum país, não serve de modelo para nada.
27/02/2012
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