Vivemos um tempo difícil, em que as incertezas internacionais e os nossos vícios se combinam de forma explosiva. É tal crise que já temos saudades dos dias em que se dizia que o país estava de tanga.
E, enquanto o cidadão acreditar que ele tem como missão a redistribuição da riqueza, e não compreender que é um filtro entupido, que retém muito mais do que aquilo que consegue repartir, esse Estado e a sua nomenclatura continuarão a reinar sobre todos nós. A equação é simples porque, para cada Euro que lhe falte para as suas funções, extorquir-nos-á três, desperdiçará a metade da receita em folestrias, e devolver-nos-á meio.
O problema é que está tudo contaminado pelas cumplicidades, dessa teia cada vez mais alargada, em que afogamos os nossos pecadilhos. Na verdade, o único e estreito caminho que ainda resta, se quisermos preservar alguns dos direitos que ainda estão ameaçados, e que pouco interessa se estão contidos na Constituição que nunca resistirá à falência do país, é encontrar um pacto social de longo prazo, em que os direitos não correspondem a deveres, e em que a única coisa que é adquirida é a obrigação de fazermos todos o melhor pelo país.
Nuno Costa, 17/02/2012
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