São centenas de milhões de anos de evolução que estão concentrados no primeiro alimento de qualquer mamífero. Sabe-se que a complexidade do leite materno envolve mais um fator. Quando um bebé humano bebe pela primeira vez o colostro, o leite da mãe que produz logo a seguir ao parto, está a levar à boca mais de 700 espécies diferentes de bactérias que vão definir para sempre a flora do seu tubo digestivo.
O leite é um alimento que está adaptado às espécies. Nos cangurus, onde o desenvolvimento fora da placenta começa mais cedo, a composição do leite vai-se transformando à medida que cria, na bolsa da mãe, cresce e desenvolve ora o cérebro, ora as unhas e o pelo. Quando as duas mamas são usadas por cangurus com idades diferentes, o leite de cada uma é adequado a cada um deles.
Há bactérias no leite materno, as suas características continuam a surpreender. As bactérias do leite das 18 mulheres produziam depois de terem filhos: à nascença, um mês e seis meses depois.
As bactérias do leite em mulheres com um peso normal e obesas notaram uma diferença importante na composição. As bactérias do leite das mulheres obesas eram menos diversas.
A composição bacteriana do leite das mães que fizeram uma cesariana programada, em relação as mães que tiveram um parto natural, durante o parto, foram obrigadas a fazer uma cesariana.
As bactérias no leite eram diferentes e menos diversas.
Ainda minguem sabe ao certo como é que as bactérias aparecem no leite. A composição bacteriana da pele das mães e dos bebés, do sistema digestivo das mães, da flora vaginal, a composição do leite é única. Supõe-se que seja por uma via interna, controlada pelo sistema imunitário, que bactérias específicas do tubo digestivo chegam ao leite. Esta transmissão pode ser influenciada pelo stress fisiológico e pela descarga hormonal do parto, já nas cesarianas não programadas a composição bacteriana do leite da mãe é semelhante à do leite das mulheres que tiveram o parto natural.
Nuno Costa, Lamego
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