terça-feira, 15 de julho de 2014

Tó Zé, tu põe ordem na minha desordem, pá

                  
Deixa cá ver se percebemos: António Costa disse que apenas se candidataria a secretário-geral do PS se António Seguro não conseguisse unir o partido que está desunido porque acredita que o António Costa seria melhor secretário-geral do PS do que António Seguro. É que estas guerras internas do Partido Socialista não são nada fáceis de compreender, parecem um daqueles paradoxos gregos.
Para esclarecer melhor a questão, António Costa e António Seguro são dois lutadores num ringue de boxe. Lá está, é definitivamente um paradoxo. Só que não é grego, é (100%) lusitano, vem acrescido de uma doze razoável de chico-esperto de pequenos jogos palacianos, António Costa, como homem possivelmente demasiado inteligente, aprecia muito.
O que aconteceu, era capaz de apostar, foi isto: António Costa foi empurrado pelos socratistas para chegar à frente, sem antes ter sido consultado. Sendo António Costa costista e não socratista, não quis ficar refém de timings alheios, por isso não avançou.
Sendo António Costa costista e não segurista, também não quis deixar de marcar o seu terreno, por isso marcou. Nestas coisas da política, passar a vida a fazer tangentes é um exercício arriscado. O resultado desta geometria manhosa foi um compromisso mal-enjorcado em que António Costa mais parece o babysitter de António Seguro, prometendo que irá tentar evitar dar-lhe tautau se ele portar bem. Consta que Passos Coelho ainda não parou de rir.
Nuno Costa, Lamego     

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