segunda-feira, 21 de julho de 2014

Os filhos de um sistema

                 
O sistema político português, é uma democracia bastante estranha, tem filhos e enteados. Os primeiros gozam dos privilégios que resistam aos tempos, aos governos, à prosperidade e à crise. Os segundos têm o privilégio de votar de vez em quando, legitimidar e pagar o sistema.
Os outroscoitados, vivem o risco de receber uma carta das finançasa única defesa que têm é pagar.
Os primeiros usam os offshores em paraísos fiscais. Os segundos estão apenas em off, no pesadelo fiscal. Os segundos têm a conta descoberto em bancos nacionais. Os primeiros beneficiam de amnistias fiscais para continuarem a ter o dinheiro no mesmo sítio. Os segundos pagam coimas que se atrasaram no pagamento do IRS.
Os filhos falam como eternos herdeiros do sistema. Batem no peito invocar o amor à pátria, sem dizer qual é. Sabemos nós que o dinheiro não tem pátria, aí nessa terra de ninguém, sentem como peixe na água. Dão conselhos a quem manda, são eles que mandam, são eles que controlam os bastidores onde tudo se decide-se.
Os primeiros estão sempre bem, qualquer que seja a cor política do Governo.
Calam-se quando se trata de as pagar. O País está arruinado, está mesmo arruinado. Lá fora o dinheiro está em bom recato. Cá dentro falta dinheiro para o essencial.
Nuno Costa, Lamego     

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