Esta é a semana em que começa a definir-se o que será a nossa vida nos próximos anos. A Comissão Europeia desta vez irá iniciar a discussão com os partidos políticos e parceiros sociais sobre as medidas que o Governo, seja ele qual for, será obrigado a pôr em prática para poder ter nos cofres do Estado dinheiro que chegue para pagar a quem deve, para garantir os salários dos funcionários públicos e para assegurar que os órgãos do Estado. O Bloco de Esquerda e o PCP não puseram-se à margem das negociações. O país não tem tempo a perder - e discutir com eles é, na verdade uma perda de tempo...
A margem de manobra que nos resta para reclamar o que quer que seja é muito, muito escassa.
Cada vez mais escassa, à medida que o tempo passa e os dois principais partidos continuam sem dar aos negociadores europeus provas de que têm juízo para levar por diante a ingente tarefa que lhes caberá em mãos. Ainda assim, há duas condições de que, para nosso bem, dos nossos filhos e dos nossos netos, não podemos abdicar. Ou melhor: de que devemos fazer finca-pé, na medida em que tal for possível.
A economia portuguesa dificilmente aguentará o impacto de um empréstimo de 80 mil ou de 100 mil milhões de euros a pagar num prazo de três anos. Juntar este aperto financeiro aos apertos que a recessão provocará nos sectores públicos e privado é, basicamente, passar por antecipação um atestado de óbito ao país. Ao menos que os deuses decidam bafejar-nos com um milagre, o crescimento económico dos próximos anos não permitirá em ordem e o desarranjo das nossas finanças. Sobranos, portanto, a esperança de amenizar os danos.
Nuno Costa, em 19/4/2011
Sem comentários:
Enviar um comentário