terça-feira, 26 de abril de 2011

Levar a igualdade a sério nas novas democracias

                                     
Algumas das pessoas mais corajosas nos países que hoje lutam por um futuro democrático são as mulheres. São médicas e advogadas, secritoras e activistas dos direitos humanos. Aspiram a uma forma de democracia em que as pessoas desempenham um papel tão importante quanto a dos homens. Se pensarmos no desperdício de um talento que resultaria de uma recusa em pôr ao termo à desigualdade e ao sexismo.
Esperamos que a ausência de qualquer referência à igualdade das mulheres tenha sido apenas um lapso, e não a um sinal de que alguns dos maus hábitos do passado irão persistir.
Passaram a poder ir à escola, candidatar-se aos postos de trabalho de responsabilidade e a ter assento no Parlamento. Mas os progressos são lentos e frequentemente não lineares.
Formalmente, as mulheres têm os mesmos direitos do que aos homens. E algumas delas desempenham funções importantes. É directora do Gabinete para a Igualdade do Género e os Direitos Humanos e das Crianças no Ministério do Interior, mas reconhece que muito é ainda necessário fazer para erradicar a cultura da superioridade masculina. É um facto que as mulheres que trabalham para o Governo afegão ou para empresas estrangeiras, ou até mesmo na escolas locais, são frequentemente o alvo das ameaças dos revoltosos. As que têm mais sorte recebem uma carta a avisá-las de que devem abondonar as suas funções, e querem continuar com a vida.
Também elas estão conscientes dos difíceis desafios com que as mulheres nessa região se encontram confrontadas na via para a democracia, lutando por uma sociedade aberta em que todos sejam respeitados.
Possuímos as competências necessárias e, em parceira com outros, os recursos para fazer mudar as coisas.
Em termos puramente práticos, não seria sensato em qualquer nova democracia fechasse a porta às competências da liderança de muitas mulheres que desempenharam um papel activo do primeiro plano para os seus países trilhassem o caminho da liberdade. Para uma verdadeira democracia, não basta existirem partidos políticos livres e eleições livres. É necessária a abertura de espírito e a vontade de cada um considerar os seus concidadãos como seres fundamentalmente iguais.
Em muitos países, após desaparecida o antigo regime, a batalha pelos direitos das mulheres está a tornar-se numa luta decisiva entre os preconceitos e ademocracia. Um dos grandes desafios com a União Europeia se encontra confrontada nos próximos anos consiste em contribuir para a vitória da democracia plena.
Nuno Costa, em 26/4/2011

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