segunda-feira, 18 de abril de 2011

Uma semana deprimente

                                  
Fernando Nobre é capaz de ter razão: ou chega a presidente do Parlamento ou não está interessado no lugar de deputado.
Afinal de contas, ao estado a que coisas chegaram, ou há um tacho como deve ser ou de que vale um lugarzinho de deputado, possivelmente - atendendo à experiência do dito - na terceira ou quarta fila, sem mordomias e condenado à mais pura penumbra?
A maioria de nós já percebeu que os deputados não vão estar pelos ajustes e mesmo no PSD não serão muitos os que estarão dispostos a ceder ao capricho do condidato e menos ainda os que se reverão num presidente, num democrata deste calibre.
Apesar dos fracos não rezar da História, o fenómeno Nobre salvou, pelas piores razões, da semana. Repare-se nisto: quando Passos protestou por não ser ouvido, a maioria de nós não deu-lhe razão; afinal de contas, ele dispusera-se a aprovar outros pacotes de austeridade e era credor de uma palavra do primeiro-ministro. Quando revelou que se tinha encontrado com Sócrates, a maioria das pessoas devolveu-lhe as acusações de pouca seriedade que tem dirigido ao primeiro-ministro, só não se percebendo por que ficou Sócrates calado e acabou por ser o próprio Passos a dar conta do encontro numa entrevista na televisão.
Mas a semana do PSD correu mal também por causa de Fernando Nobre e pouco entusiasmo que a revelação de outros independentes provocou. Mas a situação deficitária de Portugal começou antes, muito antes disso e os socialistas não perderam muito tempo com essa questão, como se ela fosse menor. Assim que o FMI traçar os contornos da austeridade que nos vai impor, ficaremos a saber a margem que resta para os partidos.
Nuno Costa, em 18/4/2011

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