À volta de uma flute com champanhe e um copo com gasosa, entre os dois ministros de Estado do Governo de Passos Coelho.
Vítor Gaspar - Com a minha saída do Governo fiz tudo para manter em causa os portugueses, troquei os números e os porcentos para reforçar a liderança de Passos Coelho e a coesão da equipa governativa!
Paulo Portas - Deixe-se de conversas! Você é que me obrigou a apresentar o pedido de demissão, de irrevogável. A minha demissão é para ir a um cargo maior, e vou fazer de tudo para os portugueses ficarem mais pobres!
Vítor Gaspar - Pois! Era isso da consciência, eu também queria dizer ao Passos Coelho e aos portugueses.
Mas os riscos e os desafios dos próximos tempos são enormes.
Paulo Portas - Aliás, a sua decisão pessoal de sair até permitia abrir um ciclo político e económico diferente...
Vítor Gaspar - Com a minha saída foi agora, e sempre foi um desastre perante os portugueses, permito-me repetir, inadiável!
Paulo Portas - São conhecidas as diferenças políticas que tive consigo, mas o primeiro-ministro entendeu seguir o caminho da mera continuidade no ministério das Finanças.
Vítor Gaspar - Por mim, infelizmente, não me encontrei em condições de assegurar a evolução do programa de credibilidade e de confiança!
Paulo Portas - Pois, pois, meu caro ministro Gaspar!
Ainda esperei que o primeiro-ministro optasse por uma escolha cuidadosa e consensual... comigo, nós os dois a sós.
Vítor Gaspar - Só conversa! Só conversa!
Com as polémicas entre ministros, ninguém me deu atempadamente um mandato para concluir o sétimo exame com a troika.
E com a Maria Luís Albuquerque, aguentam-se?
Paulo Portas - Ó meu caro Gaspar!
Deixe-se dessas coisas dos exames e da troika! A forma é como, reiteradamente, as decisões são tomadas no Governo torna indispensável o meu contributo!
Vítor Gaspar - Ó... ó... ó... meu caro Paulo! Era isso que eu queria dizer e escrever! Foi por essas suas razões que pedi a demissão!
Nuno Costa, Lamego
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