Portugal vai mal para pior e a um ritmo alucinante. Não há remédio que possa acudir aos problemas europeus, um a um, é bom que se ponha, a tónica nesta evidência: a crise não é de um ou de outro Estado, é um sistema político.
Passo a passo, tudo vacila e ameaça desabar. É preciso que o céu caia um salvador.
Uma das chaves deste complexo de problemas é, sem dúvida, a agricultura. Trata-se de um sector da economia que articula as áreas de estratégicas tão importantes como as das novas tecnologias ou das químicas orgânicas, distribuição e armazenamentos dos produtos, financiamento, comercialização. Tudo aquilo que tem a ver com o tratamento de um aspeto delicado: soluções para a crise que excluam definitivamente qualquer tentativa de Reforma Agrária e mantenham aberta a via do Capitalismo Agrário, a partir da consagração do latifúndio e da exploração intensiva da terra.
A base comercial tem numa eventual massa consumidora de produtos alimentares constituída por pobres, famintos, velhos e desempregados, através de um complicado sistema de financiamento do Estado aos bancos, às instituições sociais não-lucrativas, a associações patronais, a fundações pré-selecionadas. O crédito seria garantido pelos bancos com o aval das estruturas financeiras.
A legendária hidra perder uma cabeça, outra lhe irá nascer...
Nuno Costa, Lamego
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