O Navio-Fantasma do Governo que vagueia de porto em porto sem nunca poder descansar, sem bússola para onde ir, encurralado e povoado por um capitão e por seus marinheiros-fantasmas, amaldiçoado por um ato de blasfémia, as velas enfunam no sentido contrário dos ventos.
Esse Navio-Fantasma a passar diante dos nossos olhos, silencioso e aterrador, numa noite de calmaria, no meio de uma forte tempestade.
No meio do Mar é demasiado forte para eles medirem, precisam de todos os deuses para afrontar o destino, que nunca têm descanso.
É um Governo morto que está cheio de zombies, convivem uns com os outros num ambiente de fim dos tempos, procuram um porto que nunca chegam.
É mesmo verdade que nesta crise se percebeu que a tripulação do Navio-Fantasma não tinha qualquer consideração por ele, então voltou ao ataque, com uma demissão irrevogável, como se fosse um grumete a quem não informa da fuga imediato do naufrágio iminente.
O Navio-Fantasma voltaria ao Mar das Sombras, com algum cuidado se tivesse no reino dos vivos.
Nuno Costa, Lamego
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