Há vestigios das vindimas feitas,
Os campos enfeitados de aspereza,
No denso nevoeiro que realça a tristeza,
As árvores tristes dormem direitas,
Sonham com os tempos das colheitas,
É a fartura da sua ostentada beleza,
São invernas as desolações perfeitas,
Os espectros imóveis de fria pobreza,
São destinadas as esperanças refeitas!...
Os diospiros dos braços despidos,
Os braços vergais devagar,
Abraçam-vos e quase vencidos,
Hão, de fazer-vos amadurecidos,
No Inverno é irresistível ao olhar,
Sois reis e da beleza providos,
A beleza que vos hão, de cobiçar,
Os pobres e os reis vos hão, de beijar,
Serás ímpar entre os frutos caídos,
O fruto de Deus hás, de saciar!...
Ele nasce nos braços vergados,
São vergados pela sua Humanidade,
A esperança nos dias esperados,
O Aniversário do fruto sem idade!...
E a humanidade, a inocência, a simplicidade,
e a sua assência, o fruto e a bondade,
na dívina evidência!...
O sinal... A luz...
Nuno Costa, Lamego
Sem comentários:
Enviar um comentário