terça-feira, 16 de agosto de 2011

Falta política


                           
As finanças públicas não endireitam, apesar do sacrifícios. E a produtividade continua fraca, com a consequência de irmos empobrecendo, pelo menos em relação a outros países europeus. Mas não é económica a crise fundamental de que sofremos: é política.
Ou melhor, sofremos de falta de política.
Talvez surpreenda dizer, que temos um défice de política - mas temos. Fazer política é tentar convencer e mobilizar os outros para um projecto, uma ideia, sobre a vida colectiva. E daí tirar a força para superar os custos e as resistências. Se não dispensa boas regras de gestão, governar implica muito mais do que as receitas tecnocráticas. É que os governantes não se assumem como políticos. Em vez disso, preferimos o imobilismo, fugindo ao confronto político.
Sem política a sério não resolvemos os problemas económicos. Prevalecem os interesses, travando reformas.
Nuno Costa, em 16/08/2011

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