PEPE
Chegou sem avisar e partiu com a aura de eternidade dos génios que marcam a vida das sociedades em que vivem. Pepe lutava pela sobrevivência com a diferença de ser iluminado pela arte de jogar futebol. Quando entrava em campo, revelava os movimentos de bailarino genial, intenso e talentoso, assente na intuição que lhe permitia reinar com habilidade em territórios sem lei. Nele havia um toque divino inexplicável: era frenético na ação, imparável nos movimentos, perfeito a dominar a bola, a passá-la e a desmarcar-se; sendo franzino, era intenso e rematava bem; driblava, resistia aos choques, ganhava sucessivos lances de cabeça e era um temível goleador. Pepe foi um menino de ouro levado prematuramente pela tragédia. Envolta em mistério nunca decifrado, gerou a lenda mais enigmática do futebol português.
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