ANTÓNIO SIMÕES
Tinha o número 11 nas costas, colocava-se na esquerda do ataque mas era um canhoto que utilizava o pé direito para alimentar o futebol assombroso, de intimidade profunda com a bola, feito de instinto, visão e técnica refinada.
António Simões foi extremo genial que percorreu década e meia iluminado por uma luz divina que o tornou não só um dos melhores jogadores de sempre em Portugal, mas uma joia preciosa do futebol mundial. Fenómeno absoluto e indiscutível, o talento revelado ao serviço do Benfica e Seleção concedeu-lhe acesso direto à eternidade.
Para medir todo o seu esplendor e fazer-lhe toda a justiça não é possível olhar para ele como simples mago do drible em velocidade e em espaços reduzidos; teremos de considerar a excelência do passe; o poder de síntese; a versatilidade para resolver em qualquer zona do ataque; o perigo crescente à medida que se aproximava da grande área.
E não é tudo, porque a arte principal de Simões, feitas todas as contas, foi a capacidade para ser cúmplice perfeito do rei Eusébio, com quem jogava de olhos fechados.
Sem comentários:
Enviar um comentário