sexta-feira, 12 de julho de 2013

O primeiro génio do jogo em Portugal

                    
                                              ARTUR DE SOUSA, PINGA
Foi um predestinado, um artista que punha a equipa a jogar ao ritmo do seu futebol maravilhoso e um marcador ao nível dos melhores avançados do seu tempo.
Não estabelecia fronteira entre o que pensava e o que executava, porque tinha a arte de transformar os dois passos num só, como só conseguem os talentos mais sublimes.
Era uma espécie com argumentos, dele fariam um dos mais desejados jogadores do Mundo e um malabarista em forma de quadros solitários. Foi, por tudo isso, ídolo absoluto de uma geração, de uma cidade, de um clube e, mais relevante, de um país.
Esquerdino com o toque dos deuses, alimentava-se de drible, visão, passe, remate e golo. Artur de Sousa, Pinga para a eternidade, foi o primeiro génio do futebol em Portugal, analisado pela riqueza de soluções individuais. Um jogador, também por amor a bola, foi acumulando lesões que lhe retiraram as qualidades de avançado, a principal das quais a agilidade. Recuou no terreno e depurou a mestria do passe, até se consolidar como um dos maiores símbolos dos dragões.
A confusão foi de tal ordem que o dirigente teve de voltar atrás nas intenções. Era o adeus à bola do maior herói portista de sempre.

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