quinta-feira, 18 de julho de 2013

O grande maestro dos cinco violinos

                                 
                                                             TRAVAÇOS
Foi o ídolo de uma geração e transformou o caminho para a eternidade num passeio de amigos efetuado com sorriso feliz nos lábios. Fez-se à estrada inspirado pelo clube que sempre amou, conduzido pelo sublime talento guardado no célebro prodigioso, de batuta na mão e bola colada aos pés. Travaços foi o primeiro número 10, do futebol português; o grande maestro dos cinco violinos e o denominador comum das mais extraordinária orquestra e das mais sublimes de sempre. Por intuição, deu nome próprio a uma enciclopédia de gestão futebolística, assente em inteligência, ritmo, geometria, visão e técnica deslumbrante, qualidades que, justas no mesmo jogador, constituíam novidade absoluta.
Travaços era um líder silencioso que utilizava a qualquer dos pés para alimentar a distribuição criteriosa e um administrador de jogo tão convicente que punha as equipas a jogar à sua vontade e imagem. Não esteve só adaptado às exigências da sua época - andou sempre avançado no tempo. Até ao fim da carreira foi um jogador moderno, se tivesse nascido mais tarde, em época distintas, teria sido um fenómeno entre os magriços de 1966 ou um dos expoentes máximos de geração de ouro.

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