Os portugueses têm, finalmente, qualquer coisa que os une. As frustrações e o empobrecimento, Paulo Bento não conseguiu nem ira conseguir transformar a Selecção de Futebol num factor de agregação nacional. Descrente no futuro, essa noção cada vez mais vaga em nome da qual tudo se promete e nada se cumpre, o País faz convergir as suas esperanças para aquilo que, lhe pode proporcionar alguma alegria.
Portugal numa depressão profundíssima, mas nos tempos em que se gastou irresponsalvelmente o que não tinha e promoveu o endividamento sem limite do Estado, das empresas e das famílias. Os efeitos da Selecção ocupam as mentes e as conversas, mas o regresso à realidade de um País falido é apenas uma questão de dias. Os problemas de fundo estão todos aí, não tendo desaparecido por magia. A crise de emprego é, a marca mais negra. O desemprego estrutural saltou de (3,9%) para os (15,5%). Ao mesmo tempo, conheciam-se mais pormenores dos contratos inenarráveis das Parceiras Público-Privadas, dos gastos excessivos com obras em escolas. Mas a certeza que fica, apesar da vertigem dos problemas, para além das promessas que perderam pelo caminho, demora a arranjar estímulos para a economia, sem que o remédio para a suposta cura ou a sequear o contribuinte.
Nuno Costa, Lamego
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