ADRIEN
Orgulho, sentido de representação, coragem, paixão, sofrimento e irreverência constituem, o suporte dos triunfos mais inesperados no futebol.
Atuava em parcela restrita de terreno e cumpria todos os pressupostos exigidos ao desempenho de uma tarefa interdita a menores, pede maturidade, visão, estatuto, responsabilidade e talento para tomar decisões que preservem a coesão coletiva.
Adrien tornou-se num jogador deslumbrante e muito mais abrangente. Aperfeiçoou a eficácia defensiva, pela intuição com que adivinha as intenções do portador da bola e os movimentos do potencial recetor; pela capacidade de intercetar linhas de passe e utilizar a contundência nos duelos individuais mas para roubar a bola e dar o passo seguinte ao jogo. É um jogador com visão de 360 graus, preocupado com a segurança e equilíbrio tático, mas sempre disponível para dar início à construção. Deixou apenas o vértice recuado do desenho na intermediária e tornou-se num todo-o-terreno que agregou ao talento conhecido a faceta de jogar curto e longo; sair de trás com a bola dominada e passar aos adversários, executar passes de rotura ou mesmo tentar o golo com o bom tiro da meia distância.
No centro de decisões, foi mais forte, empenhado, comprometido, rápido e influente; nunca distraiu e terminou como general vitorioso no campo de batalha. Dirão os mais céticos que pode ter atingido a excelência, na origem de tanto elogio, a surpresa esteja a sobrepor-se à realidade. Se continuar a progredir, a depurar qualidades e tiver sorte a caminho do Olimpo, será o médio mais revelante do futebol português.
Mas nada fazia prever que ali estivesse uma potencial estrela do futebol português.
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