CRISTIANO RONALDO
Há em Cristiano Ronaldo um sinal dos novos tempos, configurando o craque do futuro: talentoso, versátil e decisivo, assente em físico impressionante, regularidade assombrosa e o dom extraordinário.
Para CR7, até as mais singelas etapas do quotidiano que tem algo de sobrenatural.
No resto, possui grande sentido teatral num tempo em que tudo é espetáculo e desenvolveu o culto da imagem num cenário global que também é dominado pela aparência. Empurrado por sucessivos sopros de inspiração, depurou um estilo, gerou sentimentos, criou emoções e tem uma eficácia obsceno, quando o futebol já não esperava os fenómenos goleadores com a expressão de outras eras.
Fruto de um estado de exaltação permanente, que ninguém conseguem acalmar, só ele descobriu a fórmula mágica de ser o goleador a partir das zonas periféricas à baliza.
A fama e o reconhecimento planetário têm aumentado em vida como só costumam crescer as glórias póstumas. Dobrado o cabo da maturidade, mantém o entusiasmo juvenil pela profissão que abraçou. Por detrás dos raios, coriscos, relâmpagos e trovões que provoca sempre uma luz de ternura que o devolve à infância, na adolescência e na pureza de quem, bem lá no fundo, não mudou assim tanto desde os tempos em que se agarrou à bola e a levou, colada ao pé, até ao topo do reconhecimento universal. Quando só ele e poucos mais acreditavam no futuro, afirmou que queria ser o melhor do Mundo; chegando ao patamar divino, onde alimenta com Messi um duelo para a história do futebol, tem a ousadia de querer a perfeição. Por estilo, funcionalidade, mediatismo e eficácia nunca houve jogador como Cristiano Ronaldo.
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